quinta-feira, outubro 18, 2007

Otimismo de Curto Prazo

Seguem alguns trechos da exposição realizada no dia 17 de outubro de 2007 por Octavio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, no 3º. Congresso Nacional de Crédito e Cobrança, organizado pela CMS, em São Paulo.
  • O Brasil está na lista de compras de todos os investidores globais. O apetite para a tomada de risco do setor privado brasileiro é forte – é o que mostra uma pesquisa com 1200 empresas clientes do Bradesco. Esse apetite para tomar risco tem hoje o seu melhor momento desde o início da série organizada pelo banco.

  • A crise do sub-prime americano já "deixou o mundo para entrar na História". Desde 17 de julho – quando a crise eclodiu – para cá, o valor de mercado dos 50 maiores bancos europeus e dos 50 maiores bancos americanos já voltou aos níveis anteriores a 17 de julho. Por causa dessa crise não se verá "nenhum cadáver boiando", nenhuma grande instituição financeira vai morrer.

  • O grande debate é sobre em quanto se reduzirá o crescimento econômico americano. Os Estados Unidos são 33% do PIB mundial, embora, hoje, a China tenha um impacto maior sobre a economia mundial que os Estados Unidos. A duvida é: os Estados Unidos vão crescer 2% ou 1% em 2008? O mais provável é que cresçam 2% e o mundo inteiro vai ficar feliz.

  • O cenário mundial para as commodities é positivo – especialmente por causa da China – e deve durar ainda entre 10 e 15 anos (O Governo chinês decidiu que toda cidade com mais de três milhões de habitantes tem que ter metrô. A China tem 72 cidades com mais de três milhões de habitantes). Países como Brasil, Argentina, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, África, exportadores de commodities, devem se beneficiar com isso.

  • Desde 2002 o Brasil triplicou o volume de importação e exportação. Nos últimos 12 meses, entraram no Brasil US$ 50 bilhões em investimentos estrangeiros diretos. A diversificação das exportações é um diferencial do Brasil em relação aos demais países emergentes. O país exporta em percentuais parecidos para os Estrados Unidos, Mercosul, Europa e Ásia.

  • O Bradesco prevê que o crescimento do PIB brasileiro será de 4,9% em 2007, assim, a média de crescimento da economia entre 2004 e 2007 deve ficar em 4,3%, ante uma média de 1,9% entre 1999 e 2003. Hoje, há 22 trimestres consecutivos há crescimento do PIB, o que representa o maior ciclo de crescimento econômico dos últimos 15 anos.

  • Os juros devem manter a trajetória de queda nos próximos anos, levando a uma convergência entre juros e câmbio. O Bradesco prevê que em 2008 a Selic será de um dígito, devendo chegar a 8% em 2009. Em 2008, o dólar deverá se manter na faixa de R$ 1,80. Nos próximos três anos, o dólar não deverá ultrapassar R$ 2,00.

  • O percentual do crédito no PIB passou de 22% em dezembro de 2002 para 33% hoje e deverá fechar o ano de 2007 em 34%. Já o crédito imobiliário, que apresentou em setembro crescimento de 136% em relação mesmo mês do ano passado, ainda não passa de 1,7% do PIB e possui grande potencial de crescimento. Na Espanha, por exemplo, o crédito é 50% do PIB; na Holanda, 90%.

  • O mercado de trabalho, com a forte alta na geração de empregos, vive a sua melhor situação em 8 anos, o que reflete diretamente na redução da inadimplência, incentivando o aumento do crédito.

Baseado no texto do PHA para o Conversa Afiada.

segunda-feira, outubro 01, 2007

E agora? FHC também não sabia de nada?

Após as declarações bombásticas do senador Eduardo Azeredo para a Folha de São Paulo envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no esquema do Mensalão Tucano, várias lideranças do PSDB se apressaram em dizer que FHC não sabia de nada. Isso mesmo, FHC NÃO SABIA DE NADA!

Agora a imprensa fica quieta. Silencio total. Ninguém cobra uma posição de FHC. Nenhum colunista indignado cai de pau sobre o ex-presidente. O que aconteceu, agora pode?

Para inspirar os colunistas indignados, segue uma declaração interessante de FHC ao programa Roda Viva, ao comentar o fato de ter sido colocado por membros do PT que Lula não tinha conhecimento do esquema de caixa 2 do PT, apelidado pela grande mídia de Mensalão:
O presidente tem que escolher: ou ele é muito ingênuo para não saber, e portanto não está preparado para ser presidente, ou ele sabia, o que é pior ainda.
Como é de seu feitio, FHC ainda falou mais e indicou como Lula deveria se portar:
O presidente Lula tem a obrigação de dar uma palavra à nação sobre o assunto, caso contrário fica uma coisa nebulosa e dá a sensação que ele está passando a mão na cabeça dos envolvidos.
Só falta agora FHC soltar a famosa frase: Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!