terça-feira, janeiro 31, 2006

Inflação baixa gera poder de compra mais alto em 40 anos

por Alex Ribeiro para Valor Econômico

O salário mínimo de R$ 350, anunciado anteontem pelo governo, deverá proporcionar o mais elevado poder de compra ao trabalhador em 40 anos, graças ao ambiente de inflação controlada vigente no país. Dada a inflação projetada pelo mercado financeiro, o novo mínimo promete um valor médio real de R$ 337,13 no seu período de vigência, abaixo apenas dos R$ 338,39 registrados em 1966.

Os cálculos foram feitos a partir de dados sobre o salário mínimo real disponibilizados pelo IpeaData, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Os números mostram basicamente que de nada vale um alto reajuste nominal do mínimo se no período seguinte seu poder de compra não for preservado, com a inflação sob controle.

Ao anunciar o novo mínimo, o governo lembrou que o salário estava sendo fixado no maior valor real em 20 anos. De fato, o salário mínimo fixado em maio de 1985, quando fixado, equivalia a R$ 354,11, deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a valores de dezembro de 2005. O que faltou dizer é que, devido à alta inflação do período, cinco meses depois - em outubro de 1985 - o salário mínimo real equivalia a apenas R$ 219,20, sempre a preços de dezembro de 2005. Em 1985, o salário mínimo médio real foi de apenas R$ 264,48.

Os prognósticos para o novo salário mínimo de R$ 350 são mais promissores. Os analistas econômicos projetam para o primeiro trimestre de de 2006 uma inflação de 1,22% no INPC, segundo a pesquisa de expectativas de mercado do BC. Assim, quando entrar em vigor, em 1 de abril, o salário mínimo real terá caido para R$ 345,76. Nos 12 meses seguintes, perderá cerca de 0,4% de seu valor de compra por mês, segundo projeção de mercado. Tudo considerado, o valor médio esperado para o novo mínimo é de R$ 337,13.

O salário não atinge um poder de compra médio tão elevado desde o período de 12 meses encerrados em março de 1966, quando foi de R$ 338,39. Os dados do IpeaData são deflacionados pelo INPC a partir de 1979 e, antes disso, pelo Índice do Custo de Vida (ICV-RJ) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

sexta-feira, janeiro 27, 2006

BRIC

O Brasil é hoje visto como um dos melhores países para investimentos no mundo, ao lado da Rússia, Índia e China (grupo conhecido como BRIC), segundo dois estudos divulgados nesta semana no Forum Economico Mundial, em Davos.

Em um estudo, feito pelo Goldman Sachs, o Brasil ficou em terceiro lugar e no outro, feito pela PricewaterhouseCoopers, em quarto.

FONTE: WDCSD

Citações

A humanidade precisa de sonhos para suportar a miséria nem que seja por um instante
Oscar Niemeyer

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Cai a taxa de desemprego e sobe a renda do Trabalhador

A taxa de desemprego em dezembro de 2005 foi de 8,3% ante os 9,6% de novembro, segundo a pesquisa mensal de emprego divulgada hoje pelo IBGE. O valor é o mais baixo já verificado na nova Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em março de 2002.

Já o contingente de pessoas desocupadas nas seis regiões metropolitanas foi estimado em 1,8 milhão, uma queda de 13,6% em relação ao mês anterior. Trata-se da primeira vez que esse número cai abaixo de 2 milhões.

Entre as seis regiões pesquisadas, três apresentaram queda na taxa de desocupação: Belo Horizonte (de 8,2% para 7%), Rio de Janeiro (de 7,7% para 6,8%) e São Paulo (9,7% para 7,8%). Em Porto Alegre, Recife e Salvador houve estabilidade.

O rendimento médio dos trabalhadores (R$ 995,40) cresceu 1,8% em relação a novembro de 2005 e 5,8% em comparação a dezembro de 2004. O emprego com carteira assinada cresceu 2% na comparação mensal e 6% na anual.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Novo Salário Mínimo

Confirmado o aumento do salário mínimo para R$ 350, o governo Lula terá concedido em seu mandato o maior aumento real do salário mínimo das últimas décadas.

Quando Lula assumiu a presidencia o salário mínimo era de R$ 200 (ou ~ US$ 56) e no mês de abril passará para R$ 350 (ou ~ US$ 156). Assim, Lula terminará o seu governo acumulando um aumento nominal de 75% (~38% em termos reias).

Ainda de acordo com as estimativas do Dieese, o salário-mínimo passará a ter, em abril, poder de compra equivalente a 1,91 cestas básicas. Na série histórica realizada pelo Dieese, da relação entre as médias do mínimo anual e da cesta básica, esta é a maior desde 1979.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

País gerou 1,254 milhão de empregos em 2005, segundo maior número em 13 anos

Em 2005, foram gerados no Brasil 1,253 milhão de empregos com carteira assinada, o que representa um aumento de 5,09%. Este é o segundo maior número de empregos gerados dos últimos 13 anos, perdendo apenas para o ano passado.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

CPI lança suspeita sobre tucanos

Entidades públicas administradas pelo PSDB teriam depositado R$ 104 milhões na conta de empresa de Marcos Valério

Daniel Pereira e Tina Vieira

BRASÍLIA - A CPI dos Correios demonstrou ontem que tem munição contra o PSDB. Uma nota técnica à disposição da comissão revela que uma conta no Banco Industrial e Comercial S/A (Bicbanco), da agência SMP&B São Paulo, de propriedade de Marcos Valério Fernandes de Souza, recebeu em 1997 e 1998 cerca de R$ 104 milhões, em valores atualizados em novembro de 2005, de duas entidades públicas sob responsabilidade de governantes tucanos. Como no caso das operações efetuadas no governo atual, a CPI suspeita de desvio de recursos públicos para alimentar partidos políticos.

Além disso, vislumbra a possibilidade de comprovar que Marcos Valério opera esquemas de drenagem do erário pelo menos desde meados da década passada. Obtidapelo Jornal do Brasil, a nota técnica aponta depósitos e ordens de crédito a favor da SMP&B São Paulo efetuados pela Telesp, então empresa de telecomunicações do Estado de São Paulo, e pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Em ambos os casos, o enredo não é original e envolve, por exemplo, pagamentos superfaturados por serviços não comprovados e saques em dinheiro vivo. A atenção da CPI dos Correios está voltada, sobretudo, para o relacionamento entre a Telesp e a agência de Marcos Valério. Entre abril de 1997 e setembro de 1998, a empresa despejou na conta da SMP&B São Paulo cerca de R$ 41 milhões, em valores da época, ou R$ 73,3 milhões, em números atualizados em novembro de 2005 com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A maioria dos depósitos ocorreu antes das eleições gerais de 1998 e da privatização da Telesp, realizada em julho daquele ano. A nota técnica menciona indícios de que os depósitos ''podem ter apresentado irregularidades na sua utilização capazes de caracterizar desvio de recursos públicos''. Entre os indícios, destaca-se o fato de o contrato entre a Telesp e a SMP&B São Paulo prever o pagamento de, no máximo, R$ 4 milhões. Ou seja, dez vezes menos do que o total depositado na conta da agência de Marcos Valério.

Diante da disparidade dos números, o presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), enviou ofício à Telesp questionando se foram fechados outros contratos de prestação de serviço no período sob investigação e a relação discriminada dos pagamentos deles resultantes. Em resposta à CPI, a empresa declarou a existência apenas do contrato de R$ 4 milhões, assinado pelo então diretor Carlos Eduardo Sampaio Doria. Eleito deputado federal pelo PSDB em 1998, Sampaio Doria também foi presidente da Telesp.

Hoje, ocupa o cargo de diretor de controle econômico e financeiro da Agência de Transportes do Estado de São Paulo e tem assento no conselho consultivo da Fundação Mário Covas, governador de São Paulo entre 1995 e 2001, quando faleceu. Na resposta à CPI dos Correios, a Telesp reconheceu ainda que ''para alguns dos pagamentos realizados não estão disponíveis as informações sobre subcontratada, tipo de serviço e valor dos honorários, em razão do modo de arquivamento anterior ao período de privatização e além do prazo legal de sua manutenção''.

- Isso é gravíssimo, é um crime - disse o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), sobre os desembolsos realizados sem previsão contratual comprovada e sem a respectiva prestação de serviço.

Também causa espécie aos técnicos da comissão o fato de a SMP&B ter repassado recursos para seis empresas que teriam sido abertas apenas para receber dinheiro oriundo do caixa da Telesp. As notas emitidas pelas empresas eram seqüenciais, ou seja, sinalizam que a então estatal era a única cliente delas. Todas as empresas são controladas pelos irmãos Ricardo.

Secretário-Geral do PSDB e relator adjunto da CPI, o deputado Eduardo Paes disse ontem que não vê ''nenhum problema'' em relação à nota técnica.

- Se houver indícios que justifiquem a investigação, ela deve ser feita. Seria preciso saber quem são os sacadores do dinheiro e com quem eles se relacionavam - ponderou.

A ponta do Tucanoduto

A bruxa repousou sua vassoura sobre o terreiro tucano. Não bastassem os números do último Ibope, documentos em poder da CPI dos Correios revelam relações suspeitas de Marcos Valério com órgãos e empresas públicas numa época em que o governo era controlado pelo PSDB.

Os papéis informam o seguinte: uma conta da SMP&B de Valério, aberta no Banco Industrial e Comercial, recebeu cerca de R$ 104 milhões entre 97 e 98 de duas entidades públicas. Suspeita-se que os depósitos sejam fruto de desvios de verbas públicas.

Deve-se aos repórteres Daniel Pereira e Tina Vieira a revelação de que, em nota técnica, a CPI aponta depósitos e ordens de crédito em favor da SMP&B efetuados pela Telesp, então um braço da estatal Telebrás, e pela Fundacentro, ligada ao Ministério do Trabalho. Nos dois casos, teria havido superfaturamento de serviços publicitários cuja realização ainda não restou comprovada.

Blog Josias de Souza

Evolução das Intenções de Voto - Jan/2006

A última pesquisa do Ibope, divulgada nesta quinta-feira, recoloca o presidente Lula na liderança das intenções de voto, em todos os cenários apresentados a 2.002 entrevistados em 143 cidades do País.

Na pesquisa realizada em dezembro, Lula aparecia 6 pontos atrás de José Serra (PSDB). Agora, o presidente aparece 4 pontos a frente.

A pesquisa, contratada pela Editora Três e divulgada pela revista Isto É, inclui 7 simulações da disputa. O presidente Lula melhorou o desempenho em todos os cenários.

Na simulação que inclui Serra como o candidato do PSDB, Anthony Garotinho (PMDB) aparece com 12% das intenções de voto, seguido por Heloísa Helena (PSOL) com 5% e Cristovam Buarque (PDT) com 1%.

No cenário onde o governador Geraldo Alckmin se apresenta como o candidato do PSDB, Lula aparece com 38%, seguido pelo governador, com 17%. Nesse caso, Garotinho teria 16%, Heloísa Helena 6% e Cristovam Buarque 1%.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Relação completa de todos os polítcos que fizeram campanha usando caixa dois de FURNAS

Falsos moralistas são desmascarados
No caso Furnas, Monteiro mostrou o original do relatório, com firma reconhecida, a duas testemunhas e forneceu uma cópia do relatório e do atestado de autenticidade do famoso perito Ricardo Molina. Nilton Monteiro já confirmou ao delegado federal de Brasília, Dr Zampronha, que esteve com o original. A relação cita recursos financeiros para dois ministros, dois governadores, dezenas de deputados, vários lideres partidários e ex-ministros. A página 3 é encabeçada pelo próprio filho do autor do relatório, que é deputado estadual em Minas. Estão incluídos expoentes das CPIs como: Alberto Goldman (PPS), Zulaiê Cobra (página 1), Eduardo Paes, Rodrigo Maia (página 2) e ACM Neto (página 4) como beneficiários. A lista de doadores mostra que fundos de pensão e empresas públicas financiaram as campanhas eleitorais, caracterizando crime de corrupção e formação de quadrilha. Logo após as páginas do documento, estão tabulados os dados por estado da federação e por partidos políticos.

http://caixadoistucanodefurnas.blogspot.com/

CPI a vista...

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Indústria Mundial

O Brasil foi o país que mais cresceu na indústria mundial no segundo trimestre de 2005, com US$ 272,94 bilhões de recursos administrados, conforme dados da ICI-Investment Company Institute, divulgados em junho de 2005.

O ranking mundial mostra o Brasil na 13ª posição com 1,66% de participação de mercado e crescimento nominal de PL na ordem de 17,66% em relação ao 1º trimestre de 2005, passando de US$ 231,98 bilhões para US$ 272,94 bilhões em junho de 2005. O total de recursos administrados representa 39,92% do PIB do Brasil no ano.

Hong Kong foi o segundo país que mais cresceu no primeiro trimestre do ano passando de US$ 359,24 bilhões em março de 2005 para US$ 404,03 bilhões em junho de 2005, representando crescimento de 12,47% no período. Ocupa o 10º lugar no ranking mundial de recursos administrados com 2,43% de participação de mercado. Com US$ 173,55 bilhões de PIB, o total de recursos administrados de Hong Kong representa 232,80% do seu PIB anual, garantindo ao país a liderança mundial na relação PL x PIB.

Os EUA apesar de líder absoluto no ranking mundial com US$ 8,22 trilhões de recursos administrados e 50,09% de participação de mercado, vem apresentando perda de 10 pontos percentuais, considerando que no ano 2001 a sua participação era de 59,85%. No segundo trimestre do ano a variação nominal foi de 2,13% e a de participação de mercado foi 0,42%.

Fonte: Banco do Brasil

sábado, janeiro 07, 2006

Caixa 2 do PSDB

O senador tucano Eduardo Azeredo terá de apresentar à CPI dos Correios novas e mais convincentes explicações sobre o tamanho do caixa 2 de sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, e sobre o quanto se envolveu diretamente na arrecadação. Entre o Natal e o Ano-Novo, contrariando as tentativas do PSDB de desqualificar a papelada entregue pelo lobista Nilton Monteiro no início de dezembro último, o Instituto de Criminalística da Polícia Federal (PF) concluiu não haver indícios de fraude no principal documento repassado por Monteiro aos delegados em Brasília, três páginas que detalham as supostas fontes e os supostos destinatários de cerca de R$ 100 milhões angariados entre empresas públicas e privadas. A maior parte sem declaração ao Tribunal Regional Eleitoral.

O documento é assinado e rubricado por Cláudio Mourão, secretário de Administração de Minas Gerais durante o mandato de Azeredo e ex-tesoureiro da malsucedida campanha à reeleição. Segundo o laudo da PF, a assinatura e as rubricas são verdadeiras. Os peritos concluíram também que não existem sinais de fraude ou montagem na seqüência das páginas, registradas por Nilton Monteiro em um cartório de Belo Horizonte em meados do ano passado, conforme noticiou a Folha de S.Paulo em 29 de dezembro. “A papelada é quente”, diz uma fonte da polícia.

O “resumo da movimentação financeira” está dividido em 11 tópicos na primeira folha. O primeiro deles relata que só a SMP&B e a DNA, agências do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, teriam movimentado R$ 53,8 milhões em favor do comitê de Azeredo. Uma parte substancial, quase R$ 11 milhões, teria sido desviada de empresas públicas ou recém-privatizadas à época, entre elas o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), a Cemig, a Copasa e a Loteria Mineira.

As empresas públicas, descreve o autor do documento, patrocinariam o “Enduro da Independência”, uma competição esportiva bancada pelo governo do Estado. Em vez de aplicar os recursos na organização do evento, as empresas de Marcos Valério teriam desviado a maior parte dos valores para a campanha do governador.

Para provar o desvio, Monteiro anexou ao “resumo” a programação de gastos de divulgação e organização do evento que, afirma, lhe foi repassada por Mourão. Os gastos ficaram bem abaixo da milionária conta final. Da papelada em poder da PF constam ainda cálculos do contador das empresas de Valério sobre os impostos relativos à movimentação financeira do Enduro. A partir dos cálculos contábeis, deduz-se que a organização do evento movimentou os cerca de R$ 53 milhões relacionados na primeira página do documento analisado pelos peritos federais.

Outra parte das contribuições ilegais teria vindo de companhias privadas, principalmente empreiteiras como a Queiroz Galvão, a Erkal, a CBN e a Tercam. O documento não especifica a quantia. Dos quase R$ 100 milhões supostamente arrecadados, apenas R$ 8,5 milhões foram declarados oficialmente pela campanha de Azeredo. O publicitário não reconhece a movimentação. Por meio da assessoria de imprensa, Marcos Valério informou a CartaCapital que prestou às comissões parlamentares de inquérito (CPIs), ao Ministério Público (MP) e à PF todas as informações a respeito e que não havia nada a acrescentar.

Em depoimentos às CPIs, tanto Valério quanto Cláudio Mourão sustentaram versão semelhante: o empresário teria obtido no Banco Rural R$ 11 milhões em empréstimos e repassado à campanha de Azeredo. A garantia dos financiamentos vinha de contratos das agências DNA e SMP&B com órgãos do governo estadual. Os valores não foram declarados à Justiça eleitoral. Azeredo não reconhece a dívida. As empreiteiras negam as doações.

Ainda na primeira folha, o documento indica uma outra fonte e um dos supostos destinatários do caixa 2. A fonte seria o empresário Clésio Andrade, hoje vice-governador de Minas Gerais. Andrade teria doado por fora R$ 8,25 milhões à campanha de Azeredo. Ele nega a doação.

Por Sergio Lirio (Carta Capital)

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Lula 105 mil X FHC 8 mil

Essa é a proporção de empregos mensais gerados pelo governo Lula em relação ao governo FHC.

Nunca o Brasil gerou tanto emprego

A divulgação, na semana passada, de que 117 mil novos empregos com carteira assinada foram criados em julho, confirma que o País atravessa o maior período de geração de empregos dos últimos 30 anos.

O acumulado do ano é de pouco mais de um milhão de novos postos de trabalho, indicando que até dezembro deverão ser criadas 1,5 milhão de vagas.

O saldo de empregos formais desde o início do governo Lula é de 3, 252 milhões de novas vagas.

Os setores de Serviços (383 mil), Agropecuária (219 mil) e a Indústria de Transformação (200) foram que mais abriram postos de trabalho neste ano.

Governo Lula criou 3,2 milhões de vagas

O saldo de empregos gerados nos últimos dez anos revela que a recessão econômica imposta pelo governo FHC no País, e por Covas/Alckmin em São Paulo, fechou mais de um milhão de postos de trabalho.

Em seu segundo mandato, FHC gerou 1,8 milhão de empregos, deixando, no final de sua administração, um saldo de 800 mil postos de trabalho, porque um milhão de empregos foram perdidos em seu primeiro mandato. Assim, a média dos dois mandatos foi de 8.300 vagas criadas mensalmente.

Já nos 31 meses do governo Lula foram criados 3,252 milhões de vagas, com uma média mensal de 105 mil postos de trabalho.

LULA X FHC (Atualizado)

SALÁRIO MÍNIMO US$
-FHC(02): 56,50
-Lula(05): 128,20

EMPREGOS GERADOS
- FHC (8 anos): 800 mil
- Lula (3 anos): 3,2 milhões

DESEMPREGO
-FHC(02): 12,2%
-Lula(05): 9,6%

POPULAÇÃO ABAIXO DA LINHA DE POBREZA
-ITAMAR(92): 35,9%
-FHC(99): 34,1%
-Lula(04): 25,1%

MÉDIA BALANÇA COMERCIAL (BI US$)
-FHC 1(95/98): -5.886
-FHC 2(99/02): +3.444
-Lula(03/05): +34.420 (recorde)

SUPERÁVIT COMERCIAL BI US$
-FHC(95/02): -8,7 (déficit)
-Lula(03/05): +103,0

RISCO-PAÍS PTS
-FHC(02): 1.445
-Lula(Jan/06): 290 (recorde) => Atualização: 180 (recorde)

JUROS
-FHC(02): 25,00%
-Lula(Jan/06): 18,00% => Atualização: 17,25%

INFLAÇÃO
-FHC(02): 12,5%
-Lula(05): 5,7%

RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) TRI US$
-FHC(02): 1,340 -> 10º
-Lula(04): 1,492 -> 9º

BOVESPA PTS
-FHC(02): 11.268
-Lula(Jan/06): 35.223 (recorde)

DÍVIDA EXTERNA BI US$
-FHC(02): 210
-Lula(05): 165

DÍVIDA COM O FMI BI US$
-FHC(02): 16
-Lula(05): 0

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Alckmin bloqueia 65 CPIs na Assembléia paulista

Alckmin bloqueia 65 CPIs na Assembléia paulista

Há na Assembléia Legislativa de São Paulo nada menos que 65 pedidos de CPIs. Todas têm o número regulamentar de assinaturas necessárias para funcionar: 33 dos 94 deputados estaduais que compõem a Assembléia. Mas a base que apóia o governador do Estado, o tucano Geraldo Alckmin, vem obstruindo sistematicamente a instalação desde 2003.


“O governador gosta muito de CPIs, mas só as lá de Brasília”, ironiza o líder do PT na Assembléia, deputado Renato Simões. “Não somos contra a instalação de CPIs, mas é preciso que haja fatos determinados e denúncias concretas”, contra-argumenta o líder do PSDB, Edson Aparecido.


Uma das CPIs que a bancada de Alckmin obstrui prevê a investigação da Febem, um dos calcanhares da administração tucana. Outra pede a apuração de supostas irregularidades nas obras do Rodoanel, menina dos olhos do governador. Uma terceira trata de supostas impropriedades na execução de contratos de financiamento estrangeiro para as obras de despoluição do Tietê.

A obstrução é facilitada por uma regra do regimento interno da Assembléia. Prevê que, além das 33 assinaturas exigidas para a instalação de CPIs, os pedidos precisam ser aprovados em plenário por uma maioria de pelo menos 48 votos. Um placar que a oposição, em minoria, não consegue atingir.

A candidatura de Alckmin à presidência da República guindou o problema paroquial paulista à condição de prioridade nacional do petismo. Em recurso patrocinado pelo deputado federal Ricardo Berzoini, presidente do PT, o partido pediu em dezembro ao STF que declare inconstitucional o regimento da Assembléia paulista. O relator do caso é o ministro Eros Grau.

No final do ano passado, a bancada de Alckmin, num gesto de “boa vontade” chegou a concordar com a instalação de uma das 65 CPIs. Tratava da apuração de problemas ambientais no Estado. Mas o PT quis incluir no acordo a desobstrução de pelo menos uma outra comissão, a da Febem. E o tucanato, cuja maioria oscila entre 48 e 56 votos, decidiu manter a obstrução.

Para aumentar a encrenca, o deputado Caldini Crespo (PFL), um dissidente da base de apoio a Alckmin, propôs a 66a CPI da Assembléia. Visa investigar 664 contratos firmados pelo governo paulista. Alega-se que conteriam irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Embora não tenha sido ainda formalmente protocolado, o pedido já conta com as 33 assinaturas necessárias.

“Se essa CPI for instalada, abrimos mão de todas as outras”, diz o petista Renato Simões. “Não faz o menor sentido”, descarta o tucano Edson Aparecido. “Há nesse bolo contratos que vêm da gestão de Orestes Quércia. O Tribunal de Contas Apontou problemas meramente formais. A maioria já foi arquivada pelo Ministério Público e pelo Judiciário. O objetivo da oposição é meramente político eleitoral.”

O PT já decidiu que usará a aversão do tucanato a CPIs na campanha de 2006 para o governo do Estado. Se Alckimin virar o candidato oficial do PSDB à presidência, o caso será usado também na guerra nacional.

BLOG Josias de Souza

terça-feira, janeiro 03, 2006

Sobre o PNAD e o jornalismo-pinóquio

Sobre o PNAD e o jornalismo-pinóquio

Luiz Farias - Observatório da Imprensa

A Folha de S.Paulo mais uma vez deu nó de marinheiro em pingo d’água para esculhambar com o governo Lula. Pinoquiou, no domingo (25/12, pág. A-4), com as conclusões da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2005) em reportagem de Antônio Góis e, dois dias depois (27/12), martelou a patacoada por meio da coluna opinativa de Clóvis Rossi. Vamos aos fatos do crime de engana-leitor-desavisado.

No dia 25 de dezembro, a Folha, embasada em conclusões do sociólogo Álvaro Comim, do Cebrap, a partir da PNAD 2005, do IBGE, chegou às bancas e às residências de seus assinantes com a seguinte manchete: "Renda salarial cai e pobre depende mais do governo". Logo abaixo dessa chamada, num texto explicativo sobre a reportagem, podia ser lido que "nos últimos nove anos, aumentou a dependência que a população extremamente pobre tem dos programas do governo"; e que "o estudo revela ainda que a distância entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres aumentou e que, se analisada a partir de seus extremos de riqueza e de pobreza, a economia brasileira não parou de produzir desigualdade".

Na página A-4 da Folha, a íntegra da reportagem mais uma vez repetia que entre 1995 e 2004 "a economia brasileira não parou de produzir desigualdade". Havia também o detalhamento dos resultados da PNAD 2005:

** "De 1995 a 2004 houve queda na renda tanto dos 10% mais ricos quanto na dos 10% mais pobres";

** "No extremo da riqueza, o rendimento médio total dos trabalhadores caiu 21,9%, de R$ 4.230 para R$ 3.305";

** "No outro extremo, a queda foi ainda maior: de R$ 96 para R$ 58, variação de –39,6%".

Apenas numa pequena caixa ocupando apenas 11,50% do total do espaço dedicado à análise da PNAD 2005, e localizada no canto inferior direito da página, havia informação sobre o comportamento da desigualdade entre 2003 e 2004, anos do governo Lula: "Apesar da tendência de aumento da desigualdade entre extremos desde 1995, o Cebrap mostra também que de 2003 para 2004 [vale lembrar, durante o governo de Lula e do PT, destaco e friso] houve inversão nesse movimento", pois "de um ano para o outro, a renda dos 10% mais pobres cresceu 11%, enquanto a dos 10% mais ricos caiu 1,3%".

Isto mesmo: o escondido texto sobre o comportamento da desigualdade durante os dois primeiros anos do governo Lula contraria a afirmação, repetida tanto na capa como na íntegra da reportagem, de que entre 1995 e 2004 "a economia não parou de produzir desigualdade".

Regra de ouro

Mas ao invés de corrigir a desinformação duas vezes repetida, a Folha voltou a pinoquiar, no dia 27/12, pág. A2, por meio da coluna opinativa de Clóvis Rossi, jornalista famoso pelo tom tucano e aziago e pela contradição de idéias e argumentos entre seus textos.

O colunista, que só lê as chamadas da capa e parte das reportagens do jornalão em que trabalha ou deliberadamente decidiu endossar uma mentira descarada, transcreveu em sua coluna, utilizando aspas, a desinformação publicada dois dias antes:

"O estudo revela ainda que a distância entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres aumentou e que, se analisada a partir de seus extremos de riqueza e de pobreza, a economia brasileira não parou de produzir desigualdade".

E foi ainda mais longe: referindo-se ao PT e ao PSDB, escreveu: "Acomodaram-se à miséria e à desigualdade no poder".

Esse episódio é exemplo emblemático do comportamento canalha da grande imprensa brasileira. Carregam nas tintas de suas armas de papel impresso para esculhambar com o governo e dão nó de marinheiro russo em pingo d’água para minimizar, distorcer e boicotar os sucessos da atual administração federal.

A desinformação travestida de notícia e martelada até a exaustão é regra de ouro do jornalismo pinóquio.