sábado, outubro 28, 2006

Escolha bem o que você lê!

Vejam abaixo a análise do Observatório Brasileiro de Mídia sobre a cobertura das eleições e decidam o que é melhor pra você, ser manipulado por reportagens com enfoque pré-definidos ou ser informado com imparcialidade sobre os fatos da semana?

Veja

A Veja dedicou 8 abordagens à cobertura dos dois candidatos e do presidente. Lula teve o maior número: 5 (62,5%); seguido de Alckmin, 2 (25%). O presidente Lula teve uma (12,5%) abordagem.

Do total de abordagens para cada candidato, Lula teve 100% de abordagem negativa. Alckmin teve 100% de abordagem positiva. O presidente Lula teve 100% de abordagem negativa.

Época

A Época dedicou 4 abordagens à cobertura dos dois candidatos e ao presidente. Lula e Alckmin tiveram uma (25%) abordagem cada um. O presidente Lula teve duas (50%) abordagens.

Do total de abordagens para cada candidato, Lula teve 100% de abordagem negativa. Alckmin teve 100% de abordagem positiva. O presidente Lula teve 50% de abordagem positiva e 50% de abordagem negativa.

IstoÉ

A IstoÉ dedicou 7 abordagens à cobertura dos dois candidatos e ao presidente. Alckmin teve 3 (42,8%) e Lula teve duas (28,6%) abordagens. O presidente Lula teve duas (28,6%) abordagens.

Do total de abordagens para cada candidato, Lula teve 50% de positiva e 50% de negativa.
Sobre o total de abordagens a sua candidatura, Alckmin teve 33,3% de positiva e 66,7% de negativa. O presidente Lula teve 50% de abordagem neutra e 50% de abordagem negativa.

Carta Capital


A Carta Capital dedicou 5 abordagens à cobertura dos dois candidatos e ao presidente. Alckmin e Lula tiveram duas (40%) cada um. O presidente Lula teve uma (20%) abordagens.

Do total de abordagens para cada candidato, Lula teve 100% de abordagem neutra. Sobre o total de abordagens a sua candidatura, Alckmin teve 50% de positiva e 50% de neutra. O presidente Lula teve 100% de abordagem neutra.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Lucro de grandes empresas quadruplica

O lucro das grandes empresas mais que quadruplicou nos três anos e meio de governo Lula em relação a igual período do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, superando em muito a rentabilidade dos bancos. A soma do lucro líquido das 227 principais empresas do setor produtivo com ações negociadas em Bolsa cresceu de R$ 29,3 bilhões para R$ 131,7 bilhões entre os dois governos, diz reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. A diferença, de R$ 102,4 bilhões, representa um salto de 349,8%.
Na mesma comparação, o lucro dos 23 bancos de capital aberto teve crescimento bem mais modesto, de 104,2%: passou de R$ 26,7 bilhões para R$ 54,5 bilhões. Nesse grupo, estão as maiores instituições financeiras do País, como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.
A conclusão é de um levantamento feito pela Economática, empresa de informação financeira, a pedido do jornal. Todos os valores foram atualizados até 30 de junho de 2006, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação no País, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Petrobrás, maior empresa brasileira, e a Eletrobrás não foram incluídas na amostra. Sozinha, a estatal petrolífera lucrou, na administração petista, mais que todos os 23 bancos juntos: R$ 77,4 bilhões, com expansão de 114,7% se comparado com o resultado obtido no último governo tucano.
Da administração tucana para a petista, o faturamento das 227 empresas analisadas pela Economática passou de R$ 880,7 bilhões para R$ 1,2 trilhão, o que representa alta de 35,3% (R$ 311 bilhões a mais).
Impacto do câmbio
O comportamento do câmbio teve influência significativa nos resultados, apesar das queixas de perda de competitividade das empresa que atuam nos chamados setores concorrenciais, como calçados e têxteis.

Em três anos e meio do segundo mandato de Fernando Henrique, o real teve uma desvalorização de 135% em relação ao dólar, o que acabou destruindo o lucro das grandes companhias em razão do elevado nível de endividamento em moeda estrangeira que elas têm.
No governo Lula, ocorre exatamente o contrário. O dólar se desvalorizou 38,7%, permitindo às empresas obter ganhos financeiros por conta da redução de suas dívidas atreladas à moeda estrangeira.
Os dois movimentos explicam a queda de 46,7% ocorrida na despesa financeira líquida (receita menos gasto) entre os dois mandatos presidenciais. A despesa líquida recuou de R$ 72 bilhões para R$ 53,6 bilhões, o que representa ganho financeiro de R$ 45 bilhões para as empresas no período petista.

FONTE: Terra

segunda-feira, outubro 16, 2006

Carta Capital denuncia jogo sujo da mídia

A revista Carta Capital dessa semana traz uma reportagem imperdível, que conta os bastidores da divulgação das fotos com o dinheiro apreendico pela PF em São Paulo e que seria usado para compra do famoso dossiê... Estariam envolvidas em maipulação das infomações veículos de peso na mídia, como Globo, Estadão e Folha.

(clique aqui para ler a transcrição da maior parte da reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira, com a colaboração de Antônio Carlos Queiroz, publicada na edição de número 415, da revista Carta Capital, data de capa de 18 de outubro de 2006)

Veja aposta em estupidez do leitor

A quinze dias da eleição, a revista Veja mostra outra face de seu “jornalismo moderno” com reportagem de capa de difícil digestão. A intenção da revista é mostrar que Freud Godoy, o assessor de Segurança da Presidência que acompanha Lula desde os anos 80, tem culpa no cartório - apesar do noticiário mostrar exatamente o contrário. Freud Godoy esteve sob suspeição unânime da imprensa até dia 8 passado, quando o o jornalista Elio Gaspari escreveu:

FREUD GODOY precisa ser explicitamente exonerado das suspeitas que o levaram a um patíbulo moral. De acordo com o atual estágio das investigações das traficâncias petistas, ele nada teve a ver com o episódio do dossiê Vedoin. Enquanto houver alguém assegurando o contrário, a injustiça e o linchamento prevalecerão sobre a lei e o direito.

Gaspari foi diretor-adjunto da revista e formou a direção e mais da metade de seus editores. Por medo ou respeito, a reportagem não se refere a ele, mas apenas que “Freud tem desfilado por colunas jornalísticas e eventos sociais como um injustiçado.”

O enrolado da semana cobre Godoy de suspeitas e juízos prévios, envolvendo o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e a Polícia Federal, instituição que hoje é respeitada pelos serviços apresentados. A trama delituosa descrita pela revista reside na denúncia de suposta quebra de procedimento burocrático da custódia da PF, que teria sido inspirada pela ação do ministro da Justiça para impedir o aprofundamento das investigações sobre Godoy, dentro de “um padrão mais ou menos constante na crônica policial do governo petista”.

Com uma ilação aqui e outro pré-juízo prévio ali, a capa sustenta-se em telefonemas que a reportagem diz ter presenciado entre terceiros, além de um relatório “encaminhado a Veja por três delegados”.

Nomes dos delegados? Não. Provas da seqüência delituosa? Nenhuma. Coragem de assumir tudo que está escrito? Também não.
Entre uma suspeita e outra contra Godoy, entre fatos e fotos já divulgados, o texto desmente o que dissera pouco antes, ressaltando que não há prova para confirmar as ilações e juízos. Incapaz de apresentar indícios mais consistentes, sugere a quebra do sigilo bancário de Godoy que, desgostosamente, depende da Justiça.

O único fato concreto relatado na reportagem é o testemunho de dois telefonemas, que a reportagem diz ter presenciado, e uma folha impressa, sem timbre, com “um relato escrito por três delegados da Polícia Federal e encaminhado a VEJA”.

Os inominados relatam uma quebra de procedimento que possibilitou a realização de um encontro entre Godoy e Gedimar Passos, preso pela Policia Federal, junto com Valdebran Padilha, com o R$ 1,7 milhão que seria pago pelo dossiê furado. Segundo o “relato”, Gedimar reuniu-se a portas fechadas com aquele que ele mesmo incriminara horas antes com o “Freud ou Froud”. O encontro, diz a revista, ocorreu fora da área de carceragem e sem protocolo assinado - o que é irregular. O diretor da Polícia Federal em São Paulo, Severino Alexandre, nega a possibillidade disso ter acontecido, mas pouco adianta. Para a revista, os autores não identificados do “relato” têm maior credibilidade. Para eles, Severino Alexandre é suspeito, pois “facilitou” o encontro e pressionou Jorge Herculano, chefe da custódia, a atropelar a burocracia para salvar a pele de Freud Godoy.

Herculano seria a testemunha-chave do enredo criminoso. Ele é o que estaria do outro lado da linha dos telefonemas de dois delegados (também não identificados) que a reportagem diz ter presenciado. Mas Herculano também nega a história. De novo, pouco adiantou. A revista diz que ele “não confirmou a história que narrara aos colegas pelo telefone. Mas deu um jeito de dizer que também não a desmentia”.

Que jeito foi esse? Uma piscadinha? Um movimento de sobrancelha? A revista não explica.

A aposta na estupidez do leitor aparece logo nas primeiras linhas da reportagem. “Nessa operação aparece o que pode ser a impressão digital de um personagem muito próximo do presidente Lula.” Pode ser como também não pode, mas isso não é problema. Não se discute a credibilidade nem a ética jornalística. Para se livrar de qualquer responsabilidade, a revista aventa a possibilidade de os denunciantes não identificados serem do PSDB.

Tudo bem, publica-se assim mesmo e, por cima, com destaque de capa. O que vale é dar munição para o horário político de Alckmin na tevê na reta de chegada da campanha. É esperar para ver.

A Folha de hoje traz a primeira reação oficial, do diretor da PF de São Paulo. Ele diz que a reportagem “é leviana e tendenciosa”.


FONTE: Contrapauta

quarta-feira, outubro 11, 2006

Entrevista de Alckmin a TV Inglesa. Absurdo...

Alckmin no debate (08/10): "A diferença é de carater, eu não me omito, eu não jogo nas costas do governo as minhas responsabilidades"

Vejam o vídeo a seguir e tirem suas próprias conclusões:

segunda-feira, outubro 09, 2006

Pesquisas qualitativas indicam que Alckmin perdeu o debate

Por Bernardo Joffily

Há bons motivos para duvidar da avaliação dos comentaristas da mídia grande, que falam em "empate" ou até "vitória de Geraldo Alckmin" no debate dos candidatos presidenciais neste domingo (8), na TV Bandeirantes. Pesquisas qualitativas que acompanharam o debate indicaram que os eleitores de Alckmin ficaram "desapontados", ao ver que seu candidato "não fazia proposta", que "só atacava" e "voltava aos mesmos pontos".

As pesquisas qualitativas foram feitas em quatro capitais, com grupos mistos -- metade de eleitores de Lula e metade de Alckmin -- das classes "C" e "D", e um da "A" e "B" para efeito de monitoramento. Os grupos assistitam ao vivo o debate promovido pela Rede Bandeirantes, e depois comentaram o que viram.

Passou do Ponto

As pesquisas registraram inclusive mudança de votos, sempre no sentido de Alckmin para Lula. Apareceram comentários como o de que o candidato do PSDB-PFL "destoou" e "passou do ponto" com o seu novo comportamento. No grupo de classe "A" e "B" a tendência foi a mesma, embora atenuada e sem mudanças nas intenções de voto.

Os eleitores pesquisados avaliaram Lula como "na defensiva" porém "firme". E o presidente ganhou pontos pelo simples fato de ter ido ao debate, já que sua ausência nos do primeiro turno provocou uma "carência" agora sanada.

A conclusão da pesquisa qualitativa não dá razão ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que quatro semanas atrás pedia mais “ferocidade” do seu presidenciável e reclamava que “o PSDB não tem gosto de sangue na boca”. Pelo contrário, abona o juizo do vice-presidente Alencar, para quem Alckmin, com seu "desrespeito" durante o debate, “marcou gol contra".

Mais Debate: entre mortos e feridos, salvaram-se todos

por Franklin Martins

Ao final do debate, conversei com integrantes das equipes dos dois presidenciáveis e, de um lado e de outro, só encontrei vitoriosos. Entrevistei também os coordenadores das duas campanhas: o professor Marco Aurélio Garcia (Lula) e o senador Sérgio Guerra. Ambos estavam satisfeitíssimos com o desempenho de seus candidatos. E a satisfação não era para inglês ver. Parecia sincera.

Não há nada de estranho no fato de que os dois lados tenham ido dormir sentindo-se vitoriosos. Nos debates, a menos que um dos contendores dê uma escorregada monumental, a primeira reação entre seus colaboradores e eleitores é, geralmente, de satisfação. Basta que o candidato tenha cumprido bem o papel que se esperava dele. Se não decepcionou, já está de bom de tamanho. Se surpreendeu positivamente aqui e ali, passa a ser um campeão.

Alckmin, em vez de um picolé de chuchu, mostrou-se um Mike Tyson determinado a derrubar o adversário nos primeiros 45 segundos da luta? Tucanos e pefelistas ficam eufóricos ao ver que ele, finalmente, encaixou-se no modelito de candidato dos seus sonhos. Lula assimilou os golpes no round das denúncias, para, em seguida, partir para o contra-ataque em temas como economia, programas sociais, energia e política externa? É a vez dos petistas sentirem-se no sétimo céu, porque seu candidato mostrou perfil de estadista mais nítido que o adversário.

Tudo isso é compreensível, mas não tem grande peso na evolução posterior dos acontecimentos. Debates raramente provocam mudanças espetaculares no estado de ânimo dos eleitores, a não ser quando um dos candidatos sofre seguidas quedas durante a luta ou é posto a nocaute. O mais comum é que a decisão seja por pontos, nas mãos dos jurados. Nesses casos, os debates são apenas um ingrediente a mais nas campanhas – importantes mas não decisivos. Contribuem para firmar ou enfraquecer conceitos, ressaltar ou amenizar temas, alimentar e balizar as discussões na sociedade. Mas não decidem diretamente o voto da maioria.

No caso do debate de ontem, em que nenhum dos contendores beijou a lona, os dois lados podem sair cantando vitória. Faz parte do jogo proclamar-se vencedor numa luta de resultado incerto. O certo é que as duas campanhas, cada uma a seu modo, ganharam gás com a disputa de ontem. E vão prosseguir com as estratégias traçadas para o segundo turno. Alckmin baterá cada vez mais na tecla da ética, tentando desconstruir o adversário. Lula passará o tempo todo fazendo a comparação entre o que é o seu governo e o que seria um governo do PSDB e do PFL.

Nos dois lados, não há mais tempo para alterar o plano de vôo. A sorte está lançada.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Para reflexão: Entrevista com Chico Buarque

A cada uma de suas entrevistas, o compositor e cantor Chico Buarque de Holanda sempre surpreende por sua lucidez e enorme coerência. Agora, no lançamento do seu novo CD, Carioca, ele novamente brilhou ao falar sobre a situação política brasileira. A direita deve ter ficado furiosa, com saudades dos tempos da ditadura militar que o perseguiu e censurou; a esquerda "rancorosa" deve ter ficado ressentida com seus irônicos comentários. Já os setores da sociedade que, mesmo críticos das limitações do governo Lula, não perderam a perspectiva, ganharam novo impulso criativo para a sua atuação.

O que será que a imprensa parcial pensará disso, pois Chico não se enquadra em nenhum dos perfis por "eles" rotulados, como pobres comprados pelo assistencialismo, ignorantes, desinformados, enfim, todos aqueles que não são "criticos" o suficiente, como deseja a Globo, a Veja e outros meios de comunicação deste país. Segundo eles, apenas é inteligente, tem senso crítico, quem balança a cabeça em concordância com seus editoriais e suas meias informações.

Seguem alguns trechos das entrevistas com Chico na revista Carta Capital e no jornal Folha de S.Paulo:

Crise Política: É claro que esse escândalo abalou o governo, abalou quem votou no Lula, abalou sobretudo o PT. Para o partido, esse escândalo é desastroso. O outro lado da moeda é que disso tudo pode surgir um partido mais correto, menos arrogante. No fundo, sempre existiu no PT a idéia de que você ou é petista ou é um calhorda. Um pouco como o PSDB acha que você ou é tucano ou é burro (risos). Agora, a crítica que se faz ao PT erra a mão. Não só ao PT, mas principalmente ao Lula. Quando a oposição vem dizer que se trata do governo mais corrupto da história do Brasil é preciso dizer 'espera aí'. Quando aquele senador tucano canastrão diz que vai bater no Lula, dar porrada, quando chamam o Lula de vagabundo, de ignorante - aí estão errando muito a mão. Governo mais corrupto da história? Onde está o corruptômetro? É preciso investigar as coisas, sim. Tem que punir, sim. Mas vamos entender melhor as coisas. A gente sabe que a corrupção no Brasil está em toda parte. E vem agora esse pessoal do PFL, justamente ele, fazer cara de ofendido, de indignado. Não vão me comover...

Preconceito de Classe: O preconceito de classe contra o Lula continua existindo - e em graus até mais elevados. A maneira como ele é insultado, eu nunca vi igual. Acaba inclusive sendo contraproducente para quem agride, porque o sujeito mais humilde ouve e pensa: 'Que história é essa de burro!? De ignorante!? De imbecil!?'. Não me lembro de ninguém falar coisas assim antes, nem com o Collor. Vagabundo! Ladrão! Assassino! - até assassino eu já ouvi.

Fizeram o diabo para impedir que o Lula fosse presidente. Inventaram plebiscito, mudaram a duração do mandato, criaram a reeleição. Finalmente, como se fosse uma concessão, deixaram Lula assumir. 'Agora sai já daí, vagabundo!'. É como se estivessem despachando um empregado a quem se permitiu o luxo de ocupar a Casa Grande. 'Agora volta pra senzala!'.

Eu não gostaria que fosse assim. Eu voto no Lula! A economia não vai mudar se o presidente for um tucano. A coisa está tão atada que honestamente não vejo muita diferença entre um próximo governo Lula e um governo da oposição. Mas o país deu um passo importante elegendo Lula. Considero deseducativo o discurso em voga: 'Tão cedo esses caras não voltam, eles não sabem fazer, não são preparados, não são poliglotas'. Acho tudo isso muito grave. Hoje eu voto no Lula. Vou votar no Alckmin? Não vou. Acredito que, apesar de a economia estar atada como está, ainda há uma margem para investir no social que o Lula tem mais condições de atender. Vai ficar devendo, claro. Já está devendo. Precisa ser cobrado. Ele dizia isso: 'Quero ser cobrado, vocês precisam me cobrar, não quero ficar lá cercado de puxa-sacos'. Ouvi isso dele na última vez que o vi, antes dele tomar posse, num encontro aqui no Rio.

Sobre o PSOL: Percebo nesses grupos um rancor que é próprio dos ex: ex-petista, ex-comunista, ex-tudo. Não gosto disso, dessa gente que está muito próxima do fanatismo, que parece pertencer a uma tribo e que quando rompe sai cuspindo fogo. Eleitoralmente, se eles crescerem, vão crescer para cima do PT e eventualmente ajudar O adversário do Lula.

Papel da mídia: Não acho que a mídia tenha inventado a crise. Mas a mídia ecoa muito mais o mensalão do que fazia com aquelas histórias do Fernando Henrique, a compra de votos, as privatizações. O Fernando Henrique sempre teve uma defesa sólida na mídia, colunistas chapa-branca dispostos a defendê-lo a todo custo. O Lula não tem. Pelo contrário, é concurso de porrada para ver quem bate mais.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Imaginem se fosse o contrário...

O jornal O Dia publicou denuncia de distribuição de santinhos no sertão nordestino com o claro objetivo de induzir os eleitores a votarem no candidato a presidente do PSDB, Geraldo Alckmin. Os panfletos foram distribuidos na zona rural e em algumas cidades do sertão pernambucano " com a imegem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o número de urna do candidato tucano.

Os “santinhos” pediam votos para pefelista e para o candidato a senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que se elegeu com 56% dos votos válidos e para o candidato ao governo de Pernambuco pelo PFL, Mendonça Filho, obteve 39,32% dos votos e disputará o segundo turno com o candidato do PSB, Eduardo Campos.

terça-feira, outubro 03, 2006

Ciro entra com tudo na campanha de Lula

O ex-ministro da Integração Nacional e deputado federal mais votado do Brasil nas eleições da semana passada, Ciro Gomes fez nesta segunda-feira os mais duros ataques ao candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, e integrantes do PSDB e PFL. Ciro chamou a oposição de "lacerdistas sem brilho" e os acusou de responsáveis pelos mais graves escândalos da história republicana do Brasil.

Um por um, Ciro enumerou os principais escândalos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como a privatização da Telebrás, dos bancos Marka e Fonte Cidam e a compra de votos para a reeleição. Também destacou a formação da organização do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante os 12 anos da administração tucana em São Paulo e não esqueceu nem mesmo o episódio dos vestidos doados à dona Lú Alckmin, esposa de Geraldo Alckmin.

Ciro ainda chamou parte da imprensa de facciosa, irresponsável, indecente e alinhada. "O presidente Lula tomou uma estratégia de apresentar o seu governo e fazer uma prestação de contas, mas os seus adversários fizeram essa opção lacerdista, sem o brilho de Carlos Lacerda, de aviltar o debate brasileiro e nisso tiveram o papel coadjuvante de uma parcela interessada da imprensa", afirmou.

"Se a discussão ética tomou o relevo que tomou, vamos tratá-la. Não creio que seja ético explorar escândalos que merecem severa apuração e punição para manipular consciências. Se falha houve, não é razoável que o Brasil seja induzido a esquecer que essa gente da coalizão PDSB e PLF são os responsáveis pelos mais graves escândalos impunes da história republicana do Brasil", atacou.

Ciro Gomes ainda disse que mais de 60 CPIs foram levantadas na Assembléia Legislativa de São Paulo contra o governo de Geraldo Alckmin. "Ele (Alckmin) é um homem decente. Não consigo imaginar a idéia de aviltar uma discussão só porque sou seu adversário e chamá-lo de pilantra, chefe de quadrilha e gângster, como eles têm ousado chamar o presidente da República, num exagero que o segundo turno vai ter que por um ponto final", disse.

Sobre os vestidos dados de presentes a esposa de Alckmin, Ciro disse. "Se as televisões resolvessem escolher isso como tema e comparassem esse assunto com a as roupas rasgadas e os trapos com que a população do sertão do Nordeste ou da favela do Rio de Janeiro vestem, o senhor Alckmin não estaria nem participando do debate."

O ex-ministro disse ainda temer o risco de a população negar legitimidade a Alckmin, caso eleito. "Se o povo farejar que há uma trama da elite para comover a população com expedientes, que sendo graves não são centrais ao destino da nação, a população talvez negue legitimidade ao que ganhar por esse caminho." Segundo ele, a população deve se vacinar contra esses expedientes e não pode ser levar por escândalos de última hora. "A população deve olhar tudo. As instituições republicanas não podem se pôr nem contra e nem a favor no meio do calendário eleitoral", afirmou.

Com informações do Estadão e O Globo