Um por um, Ciro enumerou os principais escândalos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como a privatização da Telebrás, dos bancos Marka e Fonte Cidam e a compra de votos para a reeleição. Também destacou a formação da organização do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante os 12 anos da administração tucana em São Paulo e não esqueceu nem mesmo o episódio dos vestidos doados à dona Lú Alckmin, esposa de Geraldo Alckmin.
Ciro ainda chamou parte da imprensa de facciosa, irresponsável, indecente e alinhada. "O presidente Lula tomou uma estratégia de apresentar o seu governo e fazer uma prestação de contas, mas os seus adversários fizeram essa opção lacerdista, sem o brilho de Carlos Lacerda, de aviltar o debate brasileiro e nisso tiveram o papel coadjuvante de uma parcela interessada da imprensa", afirmou.
"Se a discussão ética tomou o relevo que tomou, vamos tratá-la. Não creio que seja ético explorar escândalos que merecem severa apuração e punição para manipular consciências. Se falha houve, não é razoável que o Brasil seja induzido a esquecer que essa gente da coalizão PDSB e PLF são os responsáveis pelos mais graves escândalos impunes da história republicana do Brasil", atacou.
Ciro Gomes ainda disse que mais de 60 CPIs foram levantadas na Assembléia Legislativa de São Paulo contra o governo de Geraldo Alckmin. "Ele (Alckmin) é um homem decente. Não consigo imaginar a idéia de aviltar uma discussão só porque sou seu adversário e chamá-lo de pilantra, chefe de quadrilha e gângster, como eles têm ousado chamar o presidente da República, num exagero que o segundo turno vai ter que por um ponto final", disse.
Sobre os vestidos dados de presentes a esposa de Alckmin, Ciro disse. "Se as televisões resolvessem escolher isso como tema e comparassem esse assunto com a as roupas rasgadas e os trapos com que a população do sertão do Nordeste ou da favela do Rio de Janeiro vestem, o senhor Alckmin não estaria nem participando do debate."
O ex-ministro disse ainda temer o risco de a população negar legitimidade a Alckmin, caso eleito. "Se o povo farejar que há uma trama da elite para comover a população com expedientes, que sendo graves não são centrais ao destino da nação, a população talvez negue legitimidade ao que ganhar por esse caminho." Segundo ele, a população deve se vacinar contra esses expedientes e não pode ser levar por escândalos de última hora. "A população deve olhar tudo. As instituições republicanas não podem se pôr nem contra e nem a favor no meio do calendário eleitoral", afirmou.
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