quarta-feira, julho 26, 2006

Sanguessugas começaram a agir na gestão FHC: prefeitos do PSDB e do PFL lideram lista dos envolvidos

Segundo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o esquema de fraudes com recursos do Orçamento Geral da Unão existe provavelmente desde 1998. A maior parte dos convênios da Planam analisados corresponde aos anos de 2001, com 961, e 2002, com 615. Desde 2000, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, a Planam movimentou R$ 78,9 milhões somente com convênios para ambulâncias.

O levantamento seria uma reação às denúncias da CPI dos Sanguessugas que envolveram o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe. A CPI já listou 90 parlamentares suspeitos de desviar verbas da Saúde.

O ministro da Justiça e o controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, convocaram uma entrevista na qual apresentaram uma lista que mostra que dos 591 municípios sob suspeita de participarem das fraudes, 235 são comandados pelo PSDB (128) e PFL (107), principais legendas de oposição.

"Não se trata de jogar (a responsabilidade) no colo de ninguém. É para anunciar o esforço que temos feito desde 2003 para combater o crime organizado de maneira articulada e organizada", disse Bastos.

Os ministros também divulgaram levantamentos que mostram diminuição da atuação da empresa acusada de ser a pivô do esquema dos Sanguessugas, a Planam, a partir do início do governo Lula.

Conforme os dados do governo, em 2002, dos 615 convênios firmados com municípios para a compra de equipamentos de saúde, 317 foram celebrados por meio da Planam, o que representa 51,54% do total. Em 2003, dos 570 convênios feitos com as prefeituras, 139 contaram com a participação da empresa acusada, ou 24,39%. Em 2004, foram apenas 16%. Dados referentes a 2005 e 2006 não estavam disponíveis.

De acordo com documentação apresentada, de 2000 a 2004, 128 municípios governados pelo PSDB foram beneficiadas pela Planam. O PFL, principal aliado dos tucanos, aparece como beneficiária em 107 municípios. Seguindo a lista está PMDB, beneficiado em 106 municípios e PTB, com 54. O PT aparece como nono na lista, com apenas 19 municípios beneficiados no esquema.

Fonte: Último Segundo

segunda-feira, julho 24, 2006

Manifesto: "Os movimentos sociais voltam às ruas. Por Lula e pelo Brasil"

"Somos dezenas de entidades e movimentos sociais e, nesta sexta-feira, voltamos às ruas e praças de todo o país para defender a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E o motivo é simples. No governo Lula, o Brasil está vivendo uma das maiores transformações de sua história. Cerca de 3,2 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza. Outros sete milhões chegaram à classe média. E seis milhões de empregos foram criados, quatro milhões deles com carteira assinada.

O salário mínimo teve recuperação real de mais de 20%, a maior dos últimos 20 anos. O investimento na agricultura familiar quadruplicou e mais de 266 mil trabalhadores sem terra foram assentados. O poder de compra da população aumentou e o preço de materiais de construção e dos alimentos da cesta básica caiu.


Com o Bolsa Família, o governo Lula também foi responsável pela criação de um dos maiores e mais eficientes programas de distribuição de renda do mundo. Ele já garante uma renda mínima a mais de 11 milhões de famílias pobres, cuja contrapartida é manter os filhos na escola e as mães participando de programas de saúde.


Foram criadas secretarias que defendem a igualdade racial, os direitos das mulheres e da juventude. O Estatuto dom Idoso foi aprovado, o que, ao lado de outras ações governamentais, aumentou os direitos e os benefícios de aposentados e pensionistas

Na educação, foi criado o ProUni e, com ele, 203 mil estudantes de baixa renda ganharam bolsas de estudo para freqüentar universidades particulares.

Muito ainda precisa ser feito para corrigir séculos de exclusão social, agravado pelo governo neoliberal do PSDB e do PFL – e quem se esqueceu do apagão, das 121 empresas privatizadas a preço de banana, do aumento de tarifas, do arrocho salarial e da falta de compromisso com os mais pobres que marcaram o governo tucano? Romper essa herança não é tarefa fácil. Mas o governo Lula provou que é possível. E, mais do isso, indicou um caminho para que o Brasil continue crescendo no campo econômico e social.


Reeleger Lula é ter a certeza de que o Brasil continuará avançando e combinando estabilidade econômica, geração de empregos e inclusão social. É ter a certeza de que as entidades que representam os diversos segmentos da população continuarão sendo tratadas com dignidade e não como estorvo, como acontecia no governo anterior.

Por tudo isso, conclamamos os homens e as mulheres que acreditam num país mais justo, soberano e fraterno que somem forças conosco e ajudem a eleger Lula novamente. Vamos conversar com os colegas de trabalho, com os vizinhos, amigos e parentes, e, juntos, formar essa grande corrente pela construção de um futuro de paz, justiça e felicidade."

Entre os apoiadores que assinam este manifesto estão dirigentes e militantes das seguintes entidades do diversos Movimentos Sociais:


Central Única dos Trabalhadores – CUT
Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros – CGTB
Força Sindical
União Nacional dos Estudantes – UNE
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – Ubes
Coordenação Nacional de Entidades Negras – Conen
União Nacional de Negros pela Igualdade – Unegro
Confederação Nacional das Associações de Moradores – Conam
Central de Movimentos Populares – CMP
União Nacional por Moradia Popular – UNMP
Movimento de Evangélicos Progressistas – MEP
União Brasileira de Mulheres – UBM
Marcha Mundial de Mulheres
Confederação Das Mulheres do Brasil – CMB
Confederação Nacional Trabalhadores Em Educação – CNTE
Confederação Nacional Trabalhadores na Agricultura – Contag
Federação Única dos Petroleiros – FUP
Federação Nacional Trabalhadores Agricultura Familiar – Fetraf Brasil
Confederação Nacional dos Metalúrgicos do CUT – CNM
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Contraf
Confederação Nacional Químicos e Similares – CNQ
Confederação Nacional Trabalhadores em Vestuários da CUT – CNTV
Confederação Nacional Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS
Confederação Nacional Trabalhadores em Transportes – CNTT
Confederação Nacional Trabalhadores no Serviço Público Municipal – Confetam
Confederação Nacional Trabalhadores no Comércio e Serviços – Contracs
Confederação Nacional Trabalhadores Indústria Alimentação e Afins – Contac
Confederação Nacional Trabalhadores Indústria da Construção e da Madeira – Conticom
Federação Nacional dos Urbanitários – FNU
Federação Nacional Trabalhadores Processamento de Dados – Fenadados
Federação Interest. Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações – Fittel
Federação Nacional Trabalhadores de Empresa de Correios e Telégrafos e Similares – Fentect
Federação Nacional Trabalhadores Domésticos
Federação Nacional Enfermeiros
Federação Nacional Jornalistas
Confederação Nacional Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee
Federação Assoc. Sindical de Serv. da Extensão Rural – Sintap
Federação Nacional dos Portuários
SIndústria Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa e Desenv. Agropecuário
Federação Interest. dos Odontlogistas
Federação Nacional dos Arquitetos
Federação Interest. de Sindicatos de Engenheiros
Federação Nacional dos Médicos
Federação Nacional dos Aeronautas
Federação Nacional Trabalhadores Indústria Gráficas
SIndústria Nacional dos Aeroviários
Federação Nacional Trabalhadores em Anseio/Conservação e Limpeza Urbana
SIndústria Nacional Trabalhadores de Setor Mineral
Federação Interest. Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão
Federação Nacional dos Farmacêuticos
Federação Nacional dos Sociólogos
Federação Nacional Servidores das Autarquias de Fiscalização Profissional
Federação Nacional Trabalhadores na Indústria Coureira do Brasil


E também dirigentes e militantes de aposentados, negros, pessoas portadoras de necessidades especiais, terceiros setor, economia solidária, classe artística e diversos sindicatos.

domingo, julho 23, 2006

Memória: Caixa 2 foi ordem de FHC

Antonio Carlos Magalhães voltou ao ataque. Resolveu mexer em um dos tendões de Aquiles do governo. Em Salvador, o ex-senador disse ter provas de que foi o próprio Fernando Henrique quem ordenou que o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas fizesse um caixa-dois de contribuições de campanhas para a eleição de 1998.

"Ele deu ordens para Eduardo Jorge Caldas pedir dinheiro ‘extra-oficialmente’ para empresários em seu nome durante a campanha de 1998", afirmou ACM. "Se ele disser que é mentira, vou apontar todas as pessoas que deram dinheiro para o Eduardo Jorge por ordem dele", ameaçou o ex-senador. "Quanto a mim, não tenho ninguém que receba por mim extra-oficialmente, como ele no caso do Eduardo Jorge".

Procurado pelo Correio Braziliense, Eduardo Jorge foi lacônico e agressivo: "Eu não falo com o Correio", respondeu. Fernando Henrique também não respondeu às acusações. O porta-voz da Presidência, Georges Lamaziére, informou que o presidente não tinha comentários a fazer.

Fonte: O Informante (Correio Brasiliense - 07/06/01)

Kapaz, Serra e os sanguessugas de Veja

A revista Veja desta semana traz uma nova lista dos parlamentares e ex-parlamentares envolvidos no escândalo da máfia das ambulâncias. Com os novos "sanguessugas", a lista chega a 112, além dos 57 revelados pela CPI que investiga o caso.

É sempre muito complicado confiar em Veja, a mesma revista que publicou, assumindo que a apuração de seus repórteres não conseguiu provar a existência do que estava sendo revelado, a tal conta do presidente Lula no exterior. Segundo a bizarra explicação dos editores de Veja, apesar da conta não ser verdadeira, a publicação de sua "existência não confirmada" era fato jornalístico relevante porque o governo poderia estar sendo "chantageado" com os rumores sobre o dinheiro do presidente no exterior.

Assim, tendo em mente a baixa confiabilidade de Veja, o que se pode dizer agora é que se a CPI dos Sanguessugas confirmar os nomes publicados na revista e os fatos relatados na reportagem, há duas grandes novidades no caso.

Em primeiro lugar, a inclusão do ex-deputado Emerson Kapaz (hoje no PPS e quadro histórico do PSDB) entre os sanguessugas é mais do que uma surpresa, é um verdadeiro escárnio. Kapaz é um homem que se dedica a defender a ética no mundo dos negócios, comanda uma ONG com este propósito e, confirmada a sua atuação no episódio tal como Veja relata, vai se tornar um paradigma do velho ditado: "faça o que eu digo, não o que eu faço". É bom frisar que, ouvido pela reportagem da revista, Kapaz negou participação no esquema. Cabe à CPI confirmar ou desmentir a participação do ex-deputado.

Em segundo lugar, Veja traz um dado do esquema sobre o qual pouco se tem falado: ele teve início muito antes de o PT chegar ao governo federal. O próprio Kapaz, segundo a revista, negociava os 10% de propina por emenda aprovada entre 1999 e 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Como se sabe, o ministro da Saúde de FHC era o hoje candidato ao governo do Estado de São Paulo, José Serra. Se Aloizio Mercadante (PT) e Orestes Quércia (PMDB) quiserem, poderão usar mais este caso para desgastar a candidatura tucana em São Paulo. Serra adora dizer que acha um absurdo o presidente Lula dizer que não sabia de nada sobre o mensalão. Será que ele também não sabia o que se passava debaixo do seu nariz, com centenas de deputados e prefeitos lesando o erário justamente em assuntos de sua pasta?

Do blog Entrelinhas, incluído entre os recomendados deste.

Coordenador de Geraldo Alckmin criou empresas com “laranjas” para arrecadar dinheiro

Na manhã da quarta-feira 19, um sorridente Eduardo Jorge Caldas Pereira recebia os políticos e convidados para a inauguração do comitê de campanha do presidenciável Geraldo Alckmin em Brasília. De braços abertos, saudava: “Bem-vindos, bem-vindos!” Ex-secretário-geral da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso, ele agora é um dos coordenadores da campanha de Alckmin. De grand réceptionniste da festa, EJ, como Eduardo Jorge é chamado, sumiu em minutos, antes mesmo da chegada de Alckmin. A mudança de semblante aconteceu após ele ser informado por ISTOÉ do conteúdo de um dossiê feito por uma força-tarefa de auditores da Receita Federal. A documentação está guardada sob o manto do segredo de Justiça, em dois processos que tramitam em Brasília. Ao analisar as contas de Eduardo Jorge, os auditores encontraram doações ao PSDB com recursos oriundos do Erário público, movimentação incompatível com a renda, uso de “laranja”, distribuição fictícia de lucros e “notas fiscais frias”, entre outros crimes. O homem que sobreviveu a alguns dos principais escândalos no governo de FHC – e não foi condenado em nenhum – tentava nesta campanha dar a volta por cima da imagem arranhada. Será difícil. “Vou apresentar documentos à Justiça e mostrar que a história é outra”, promete. Informado sobre os relatórios que o envolvem com os crimes, ele disse que as informações serão dadas posteriormente.

O “Relatório Final”, um dos documentos do dossiê, é a compilação dos crimes. Está anexado a um processo da 3ª Vara da Justiça Federal. O documento é assinado pelos auditores Marco Antonio Macedo Pessoa, Washington Afonso Rodrigues e Vicente Luiz Dalmolim. Os auditores são contundentes ao discorrer sobre “doações ao PSDB com recursos oriundos do Erário”. Eles concluíram que os valores repassados pelas empresas de Eduardo Jorge à campanha da reeleição de FHC em 1998 “tiveram por origem recursos oriundos de órgãos públicos, mormente do DNER”. O DNER é o extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, hoje DNIT, responsável pela contratação de empreiteiras e um tradicional foco de corrupção federal. Para concluir que o dinheiro do DNER irrigou a campanha de FHC com R$ 250 mil, os auditores fizeram análise dos contratos de prestação de serviços das empresas de Eduardo Jorge com a seguradora Sul América e dos contratos desta empresa com o DNER, o Ibama, o Ministério do Exército e o Palácio do Planalto.

(...)

Eduardo Jorge também está envolvido com um esquema de notas fiscais frias. A partir de uma amostragem, a investigação levantou a situação fiscal dos emitentes de notas fiscais para as empresas de EJ, visitou sedes das firmas e entrevistou seus titulares. Notas fiscais contabilizadas por Metacor e Metaplan como despesas não foram oferecidas pelos emitentes à tributação. A força-tarefa concluiu que houve “planejamento ilícito” para uso de tais simulacros. De oito notas de fornecedores analisadas, cinco não foram declaradas à Receita, duas estão com valores declarados pela metade e outra é de empresa inativa.

(...)

O que poderá complicar ainda mais a vida de Eduardo Jorge são os depoimentos em mãos da força-tarefa. Em setembro, o ex-contador do Grupo Meta, Luiz Eduardo Poças Fonseca, foi à Procuradoria da República no Distrito Federal. Ele ingressou no grupo em 1994, como auxiliar contábil, e saiu como contador em setembro de 2000. Fonseca cuidava pessoalmente da contabilidade da Metacor e da Metaplan. Eduardo Jorge tinha uma sala dois andares abaixo. Despachava protegido por sistema de segurança especial e grades de proteção. Em seu depoimento, o contador revelou que as unidades da Metaplan e da Metacor em Barueri, em São Paulo, foram abertas com o objetivo de pagar menos impostos, “funcionando como empresas de fachada”. Fonseca achava estranho a empresa não ter lucros e mesmo assim a diretoria determinar a distribuição de dinheiro entre os sócios. Revelou ainda que as notas fiscais da empresa Oikos, envolvida com notas fiscais frias, tinham ligação com um tal de Joãosinho, funcionário do grupo que tinha sala dentro do DNER, de onde saía o dinheiro do PSDB. Era a ponta do esquema dentro do serviço público.

(...)

Após análise de todo o dossiê sobre Eduardo Jorge e de 28 pessoas físicas e jurídicas envolvidas com as irregularidades, o Ministério Público impetrou ação civil pública na Justiça Federal de Brasília, que corre sob segredo de Justiça. Segundo a Justiça Federal, a ação é por ato de improbidade administrativa e foi impetrada contra Eduardo Jorge Caldas Pereira, as empresas Metacor e Metaplan. Os procuradores Lauro Pinto e Valquíria Quixadá pedem ressarcimento do Erário e perda dos bens e dos direitos políticos de Eduardo Jorge. O ex-secretário já teve acesso aos autos. “Está nas mãos do juiz para despachar”, disse ele a ISTOÉ. “Vou apresentar documentos.” Nervoso, acrescentou: “Não vou misturar assuntos pessoais com campanha.” No início da tarde da quarta-feira 19, EJ reapareceu no comitê de Alckmin. Já não exibia o sorriso e a alegria demonstrada na inauguração daquela manhã – mas somente um semblante sombrio.

Reportagem completa.

terça-feira, julho 11, 2006

Em um ano, 7 milhões de pessoas sobem para classe média

Pesquisa divulgada pelo jornal O Globo neste domingo (9) mostra que, entre 2005 e 2006, cerca de 7 milhões de brasileiros ascenderam na pirâmide social e chegaram à classe média – o que representa um acréscimo de 7,9% e uma expectativa de consumo da ordem de R$ 31 bilhões a mais.

A ascensão de grandes contingentes das classes D e E para a classe C foi detectada pelo Instituto Target, com base em dados do IBGE, e confirmada por outras duas instituições: a Fundação Getúlio Vargas e o LatinPanel, ligado ao Ibope.

As políticas do governo Lula foram determinantes para a expansão dos setores intermediários da população. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal, a evolução se deve ao crescimento de emprego com carteira assinada, à recuperação do poder de compra dos salários e ao aumento da oferta de crédito no país.

“Há um claro movimento de ascensão social. Os domicílios da classe D subiram na pirâmide. Compraram mais bens duráveis e, como na classificação leva-se em conta também a posse desses bens, houve o avanço para a classe média”, disse ao jornal o diretor da Target, Marcos Pazzini.

Para o economista da FGV Marcelo Neri, também ouvido na reportagem, a melhora da condição de vida dos mais pobres veio para ficar.

“As empresas estão confiantes, pois há custo na contratação. Por esse lado, a expansão parece sustentável. Quanto ao crédito, o avanço pode ser menor, mas deve continuar”, afirmou.

Datafolha
Outro jornal, a Folha de S.Paulo, chegou a conclusões parecidas em pesquisa Datafolha também divulgada neste domingo. Embora seja relativo a todo o período de governo Lula, o levantamento da Folha considera apenas a ascensão social dos brasileiros eleitores, ou seja, dos que têm acima de 16 anos.

Segundo o jornal, por esse critério, seis milhões de eleitores saíram das classes D e E a partir de 2003. A maioria migrou para a classe C. O levantamento também mostra que 37% dos entrevistados passaram a consumir mais nos últimos três anos e que praticamente a metade dos 125,9 milhões de eleitores (49%) considera que sua situação econômica vai melhorar.

De acordo com o jornal, a melhora na renda se dá por uma combinação de cenário econômico positivo e forte aumento do gasto público dirigido aos mais pobres. Diz a reportagem que, desde 1994, nunca foi tão baixo o percentual de brasileiros que reclama do pouco poder aquisitivo.

“Hoje, 28% acham ‘muito pouco’ o que a família ganha. Eles somavam 45% antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o texto.

O Datafolha ouviu 2.828 eleitores no país entre 28 e 29 de junho, quando pesquisou a intenção de voto à Presidência. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparecia com 46%, contra 29% de Geraldo Alckmin (PSDB).

A melhora no consumo e nas expectativas dos eleitores mais pobres, na análise da Folha, explicaria o favoritismo do petista, que hoje venceria as eleições no 1º turno.

Um dos principais resultados do levantamento, continua a matéria, é que o total de eleitores na classe D/E diminuiu de 46% para 38% entre outubro de 2002 e agora. A classe C passou de 32% para 40%. Já a classe A apenas variou de 20% para 22% - dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou menos.

As maiores taxas de intenção de voto em Lula estão nas classes D/E e C: 54% e 44%, respectivamente; contra 34% na A/B. A pesquisa também questionou os eleitores sobre a participação em programas sociais do governo, como o Bolsa Família. Os maiores aumentos de consumo foram detectados entre membros da classe C que participam ou que têm alguém da família incluído nos programas. Entre esses eleitores, 52% consumiram mais alimentos nos últimos três anos, contra 37% na média geral.

Os menores percentuais de aumento de consumo foram detectados na classe D/E. Mesmo assim, é aí que está concentrada a maior força eleitoral de Lula e, segundo algumas análises, a maior taxa de aumento da renda nos últimos anos. Dentre os D/E que participam de algum programa social, Lula chega a ter 65% da preferência dos eleitores, contra 27% de Alckmin. Os D/E e C também são os mais otimistas em relação ao futuro.

quinta-feira, julho 06, 2006

Governo Lula deverá superar a marca dos 10 milhões de empregos

O governo Lula já gerou mais de 4 milhões de empregos com carteira assinada de janeiro de 2003 até maio de 2006, 4.191.033, para ser mais exato. Apenas nos cinco primeiros meses de 2006, 768.343 trabalhadores conseguiram ocupar novas vagas de emprego com carteira assinada.

Para que se compreenda melhor o que isso significa, basta lembrar que nos oito anos do governo FHC foram gerados apenas 806 mil novos empregos no país.

A partir de uma conta simples pode-se chegar a seguinte comparação (clique no gráfico para ampliá-lo):

- Governo Lula: 102.220 empregos formais por mês (41 meses)

- Governo FHC: 8.405 empregos formais por mês (96 meses)

Cálculos acadêmicos permitem que se considere para fins de estimativas que para cada emprego formal gerado pode-se considerar que outro 1,2 emprego é gerado no setor informal, ou seja, considerando os empregos gerados de janeiro de 2003 a maio de 2006, o governo Lula, já teria gerado algo próximo a 9,220 milhões de empregos, entre formais e informais.

A estimativa de geração de empregos para o ano de 2006 é de aproximadamente 1,5 milhões de empregos e, caso seja confirmada, o presidente Lula encerraria a sua gestão com a marca de 10,8 milhões de empregos criados, superando a projeção feita durante a campanha eleitoral em 2002.

Dados: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

domingo, julho 02, 2006

Vassoura-de-Bruxa: Veja Contestada

"Uma nova análise genética da praga da vassoura-de-bruxa mostra que a epidemia que devastou as plantações de cacau do sul da Bahia na década de 90 foi causada por apenas duas variedades do fungo Crinipellis perniciosa, enquanto na Amazônia, onde o fungo é endêmico, há possivelmente milhões de variedades selvagens. Os resultados alertam para o risco de novas epidemias, já que as plantas usadas hoje na lavoura podem não ser resistentes a outras variáveis da praga. Além disso, sugerem fortemente que a denúncia relatada na última edição da revista Veja é insustentável do ponto de vista científico.

Segundo a reportagem, a vassoura-de-bruxa teria sido introduzida na Bahia por militantes de esquerda, que trouxeram ramos infectados de Rondônia para sabotar a supremacia econômica e política dos barões do cacau baianos. Quem relata a história é um dos executores da trama: Luiz Henrique Franco Timoteo. Segundo uma autodenúncia registrada por ele em setembro de 2005, as amostras do fungo foram coletadas em pelo menos quatro cidades rondonenses - Ouro Preto do Oeste, Jaru, Cacoal e Ariquemes - e os ramos infectados, amarrados como bombas biológicas em árvores de várias fazendas do sul da Bahia, ao longo da BR-101, entre 1987 e 1991.

‘Não tenho dúvidas de que a introdução foi criminosa, mas essa história, da maneira como foi contada, é altamente improvável’, disse ao Estado o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Projeto Genoma da Vassoura-de-Bruxa, Gonçalo Pereira. Sua contestação baseia-se nos resultados de um estudo genético concluído no ano passado e que, coincidentemente, foi aceito este mês para publicação na revista científica especializada Mycological Research.

Os pesquisadores compararam geneticamente amostras do fungo de várias localidades do Brasil e do Equador. Os dados mostraram que a variabilidade do C. perniciosa na região amazônica é enorme, apesar de haver apenas duas variedades do fungo no sul da Bahia. Segundo os cientistas, a epidemia baiana cresceu a partir de dois únicos focos de infecção, nos municípios de Uruçuca e Camacã, em 1989. ‘Se o que ele (Timoteo) conta é verdade, deveria haver vários focos e vários tipos diferentes de fungo’, diz Pereira, que coordenou o estudo. ‘A chance de ele ter pego fungos de várias localidades, em diferentes anos, e apenas dois terem se desenvolvido é praticamente nula.’

Por coincidência, o estudo incluiu amostras de vassoura-de-bruxa de três cidades de Rondônia, duas das quais citadas por Timoteo: Ouro Preto do Oeste, Ariquemes e Ji-Paraná. ‘Pegamos apenas um isolado de cada região e os três já são muito diferentes entre si. Assim sendo, a chance de o sabotador ter conseguido apenas dois isolados, tendo feito uma coleta aleatória em diferentes propriedades dessas regiões, é próxima de zero’, explica Pereira. Ele faz uma analogia com testes de paternidade: ‘Não sei dizer quem é o pai, mas esse eu digo que não é.’

FONTE: UNICAMP na Mídia