sexta-feira, setembro 29, 2006

"Choque de gestão" de Alckmim pode colocar Cláudio Lembo em cana

Claudio Lembo admite que dificilmente será preso: "Vamos zerar as contas. Além disso, tenho mais de 70 anos. A pena é menor".

A responsabilidade por uma eventual prisão do atual governador não seria exatamente dele. Seria do tal "choque de gestão" do tucano Geraldo Alckmin. O "choque de gestão" de Alckmin no governo do Estado deixou, só até setembro, um rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas de São Paulo.

A nova lei - não tão nova, mas que ainda costuma pregar peças em administradores públicos distraidos e/ou mão abertas, prevê a prisão de quem autorizar despesas além de determinado limite.

Enquanto Alckmin continua tentando vender a ideia de um "choque de gestão" nacional, seu desafortunado sucessor está fazendo um baita esforço para cobrir déficits. Na Folha de ontem, quarta, a colunista Monica Bérgamo deu o furo.

Segundo Monica, Lembo determinou aos seus subordinados:

1 - cortem novos investimentos;
2 - diminuam o rítmo das obras em andamento;
3 - tentem aprovar rápído a lei que dá descontos nas multas e nos juros dos devedores do ICMC ( Lembo espera que, com essa medida, São Paulo arrecade algo em torno de R$ 700 milhões).
4 - façam uma blitz gigante sobre os 500 maiores devedores do IPVA do Estado.

Só assim, Lembo conseguirá pagar o "choque de gestão" de Alckmim.


Fonte: Blog do Tao

Coordenador da campanha: "Foto foi vendida"

"A denúncia que nós temos é que essa foto foi vendida, e nós vamos averiguar isso. Parece mais uma armação no estilo seqüestro de Abílio Diniz em 1989", aifrma Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente da República e coordenador da campanha de Lula à reeleição.

O delegado Edmilson Pereira Bruno é o suspeito de ter vazado as imagens. Ontem, na instituição onde está depositado o dinheiro, enquanto os peritos fotografavam, ele sacou sua câmera e também fez fotos. Hoje pela manhã, no que foi considerada uma encenação, o delegado procurou superiores e informou: "Estou desesperado. Pegaram uma cópia da foto que eu havia feito".

Fonte: Terra Magazine

quinta-feira, setembro 28, 2006

Previsão do Mino Carta

"Dizem as pesquisas que Lula está em queda, embora de leve. Abalo-me a uma previsão, coisa de jornalista metido (petista não sou, atentem): o presidente ganha no primeiro turno, por margem maior do que se supunha até ontem."

Reproduzido do blog do Mino

Após suspense Lula decide não ir ao debate da Globo

Analisando as últimas pesquisas que confirmam estabilidade na corrida presidencial e não se esquecendo de 1989, o presidente Lula decidiu não ir ao debate. Obviamente o presidente só tinha a perder comparecendo, agora resta saber se sua ausencia será prejudicial ao ponto de levar as eleições ao segundo turno. Vale lembrar que em Minas, um dos estados de peso nas eleições, também não contou com Aécio Neves, lider nas pesquisas locais.

Segue a nota divulgada pela acessoria de Lula:

Venho agradecer, respeitosamente, o convite desta emissora para participar do debate sobre as eleições presidenciais, marcado para hoje. Sou um dos políticos que mais participou de debates eleitorais neste país. No entanto, é fato público e notório o grau de virulência e desespero de alguns adversários, que estão deixando em segundo plano o debate de propostas e idéias, para se dedicar, quase exclusivamente, aos ataques gratuitos e agressões pessoais.

Tenho demonstrado, em toda a minha vida, compromisso com os princípios democráticos e disposição para enfrentar qualquer tipo de debate. Somente na Tv Globo, participei de três entrevistas ao vivo no "Jornal Nacional", no "Jornal da Globo" e no "Bom Dia Brasil" com perguntas livres e contundentes. O tom polêmico destas entrevistas, e a maneira como me comportei, demonstram que não tenho receio de enfrentar o debate franco e democrático. Não posso, porém, render-me à ação premeditada e articulada de alguns adversários que pretendiam transformar o debate desta noite em uma arena de grosserias e agressões, em um jogo de cartas marcadas.

Aproveito para reafirmar o meu respeito à TV Globo e parabenizá-la pelo trabalho isento que vem fazendo na cobertura destas eleições.

Atenciosamente,
Luiz Inácio Lula da Silva

PSDB e os Sanguesugas

Construtoras do empresário Abel Pereira estão entre as maiores devedoras da Prefeitura de Piracicaba (SP) e respondem a processos de execução fiscal movidos pela Procuradoria do município. Mesmo assim, venceram licitações para executar obras na gestão do prefeito Barjas Negri (PSDB).

A Polícia Federal e a CPI dos Sanguessugas investigam a ligação entre Abel e Barjas, ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso.

A família Vedoin (dona da Planam) diz que pagou propinas a Abel para obter liberação de recursos do Ministério da Saúde durante a gestão Barjas -que era secretário-executivo de José Serra (PSDB) e o sucedeu no cargo em 2002.

A Prefeitura de Piracicaba move 35 processos por execução fiscal contra Abel, além de seis contra a Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda. e um contra a Cicat Construção Civil e Pavimentadora Ltda., empresas das quais Abel é dono.

A Cicat aparece três vezes na lista da Câmara Municipal de Piracicaba com as maiores devedoras da prefeitura. As empresas que têm o nome Cicat devem um total de R$ 672,1 mil.

A Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda. é a 108ª maior devedora, com uma dívida de R$ 395,8 mil. Já a Cicat Construções Civis e Pavimentação Ltda. aparece na 312ª colocação com R$ 138,1 mil devidos.

Em uma outra lista da Câmara, na qual estão as 122 maiores devedoras -mas com dívidas parceladas-, aparece novamente a Cicat Construções Civis e Pavimentação Ltda., com R$ 138,2 mil a serem pagos.

No entanto, a Construtora Cicat ganhou uma licitação para executar uma obra neste ano orçada em R$ 450 mil. Quatro empresas da família de Abel doaram R$ 60 mil para a campanha de Barjas em 2004, entre elas, as duas Cicat.

A Concivi, que pertence a um irmão e a um primo de Abel, também é processada pela prefeitura por causa de dívidas, mas já ganhou ao menos 35 licitações entre 2005 e 2006.
O advogado de Abel, Sérgio Pannunzio, disse que as empresas conseguem participar e vencer as licitações porque os processos de execução fiscal contra elas estão sub judice, por causa de recursos, e com isso obtêm certidões favoráveis. Barjas não se pronunciou.

FONTE: Folha de São Paulo

quarta-feira, setembro 27, 2006

Teses equivocadas sobre o voto em Lula

por Marcos Coimbra

A quinta rodada da pesquisa CartaCapital/Vox Populi, realizada, entre 16 e 19 de setembro, a apenas dez dias da eleição, confirma os principais resultados das que fizemos nas últimas semanas, daqueles de nossa rodada anterior, nos dias 26 e 27 de agosto, e das realizadas por outros institutos no mesmo período: o favoritismo de Lula e as grandes chances de ele vencer as eleições no primeiro turno.

Lei Pelé.

O preconceito de que o eleitor não sabe votar é a base para muitos dos erros de análise O favoritismo do presidente permanece e até aumenta, se consideramos que o tempo é cada vez mais curto para seus adversários. Com três quartos do horário eleitoral já transcorridos, não houve qualquer redução de sua vantagem sobre a soma das intenções de voto nos demais candidatos. Em agosto, contra os 50% de Lula, somavam 36% seus adversários; nesta última pesquisa, ele tem 51% e os outros, juntos, 34%.

Por outro lado, reforçou-se a tendência à consolidação das intenções de voto em Lula, que vinha acontecendo desde os primeiros dias, após o começo do horário eleitoral: no fim de agosto, a relação entre voto espontâneo e estimulado já era muito alta, de 86%, e agora chega a 90%, sugerindo que apenas um em cada dez eleitores que pensam votar Lula é “menos definido”, o que se confirma com os 86% que afirmam estar “decididos e não pretendem mudar de idéia” sobre esse voto.

Lula está melhor hoje que, por exemplo, Fernando Henrique em meados de setembro de 1998, quando faltavam poucos dias para a sua reeleição. Em pesquisa nossa de então, FHC tinha 41% na espontânea e 49% na estimulada, índices inferiores, ainda que pouco, aos que Lula alcança nesta pesquisa.

Será que os acontecimentos dos últimos dias, com as novas trapalhadas de petistas dentro e fora do governo, vão mudar esse favoritismo? Será que o “dossiê” contra Serra, com suas ridículas maquinações e personagens, vai atingir o presidente? Pode-se dizer, com segurança, que, passados os primeiros três dias com o assunto em pauta, nada ocorreu. Se daqui para a frente algo vai acontecer, só nos resta esperar para saber. Entretanto, somos livres para especular.

Pessoalmente, acredito que Lula continua favorito para ganhar as eleições no dia 1º de outubro, pela simples razão de que ele tem já, por tudo que as pesquisas indicam, um número de eleitores decididos amplamente suficiente para isso. Ou seja, as pessoas que dizem ter certeza de que vão votar em Lula bastam, mesmo se desistirem todos os que apenas quando estimulados optam por seu nome, chocados pelo assunto do “dossiê”.

Os “decididos” por Lula chegaram a essa conclusão depois de um longo período de consideração, que foi amadurecendo desde quando, com o “mensalão”, tiveram de pensar se era mesmo em Lula que iriam votar nas eleições de 2006. Para chegar à conclusão que dizem ter chegado, tiveram de pensar muito e avaliar denúncias até mais graves que as de hoje, pois envolviam diretamente o governo e pessoas muito mais centrais que o submundo atualmente em discussão. Se aqui chegaram “firmes”, não parece ser pelo que estão ouvindo agora, quando faltam dez dias para a eleição, que vão mudar. Tudo isso, é claro, se forem as que conhecemos as “novas denúncias”.

Talvez seja a hora, então, de nos perguntarmos qual a natureza do voto em Lula, porque tanta gente diz pretender votar nele, tanta, que tudo aponta para sua vitória em primeiro turno. Mais que um exercício acadêmico, isso pode ser essencial para que saibamos, como País, tirar das eleições que se avizinham aprendizagem e conseqüências, seja para o próximo quadriênio, seja para o futuro.

Parece-me que o primeiro passo é desfazer alguns equívocos que, a meu ver, têm impedido a adequada compreensão do que são e de como se formaram as intenções de voto em Lula. São cinco as principais teses equivocadas, que circulam quase desimpedidas no discurso de ampla porção de nossas elites, na sociedade e entre “formadores de opinião”:

1ª - O voto em Lula é um voto “cínico”

É impressionante como essa suposição está presente nas opiniões e avaliações sobre a provável vitória de Lula este ano. Desde leigos a pessoas que se acham muito informadas, passando por eleitores que, eles próprios, pensam em votar no presidente, forma-se o sentimento de que é o “cinismo” do eleitor que explica o fato de Lula estar à frente. Subjacente a essa idéia, parece estar o argumento que, para quem pretende votar em Lula, ética, moral, respeito às leis, são palavras sem sentido. Aceitar Lula é, assim, aceitar o vale-tudo e o jogo sujo, seja por concordar com ele, seja por não acreditar que exista alternativa.

Quem vê os eleitores de Lula dessa maneira não tem idéia de como foi traumático, para a quase totalidade deles, o “mensalão” e tudo que com ele veio à tona. Aquelas denúncias levaram os eleitores a uma revisão profunda de suas opiniões sobre o presidente e o PT, com a qual se debateram durante meses. Quem, como nós, acompanhou esse processo, através de inúmeras pesquisas, qualitativas e quantitativas, sabe que muitos desses, incluindo eleitores que sempre haviam votado Lula, hoje estão pensando em votar nos demais candidatos. Outros, como as mesmas pesquisas mostram, decidiram-se por Lula, mas nunca ignorando ou menosprezando o “mensalão”.

O voto em Lula não é, portanto, um voto de quem “não está nem aí” para a ética. Lula está sendo votado apesar do “mensalão” e não porque o “mensalão” é irrelevante para seus eleitores.

2ª - O voto em Lula é um voto “burro”

Quando procuram “explicar” as razões de uma vitória de Lula, muitas pessoas em nossa elite ficam perplexas com a “burrice” do eleitor, que não consegue entender o “mensalão” e “tudo o que ele quer dizer” sobre Lula e seu governo. A isso se agrega a visão de que eleitores educados não votam Lula, sendo apenas entre analfabetos que está sua intenção de voto.

Os dados dessa e de muitas outras pesquisas não mostram isso, ao contrário. Lula não perde de Alckmin em nenhum nível de escolaridade e, em seu pior desempenho, empata com ele entre pessoas com escolaridade mais alta. Ou seja, há tantos eleitores com educação superior pensando em votar Alckmin, quanto em Lula.

Quanto ao argumento da “incapacidade de entender o mensalão”, o que estamos vendo é que muitos eleitores, sem desconhecê-lo (e sem achar que é irrelevante), apenas não fizeram aquilo que a oposição a Lula, ao que parece, queria que fizessem: que julgassem Lula e seu governo com o único critério do “mensalão”. Assim procedendo, ou seja, se recusando a uma avaliação tão simples e unidimensional, revelaram-se capazes de um julgamento mais “sofisticado” e complexo, tudo menos “burro”.

3ª - O voto em Lula é um voto “manipulado”

Uma terceira maneira de desqualificar o voto de eleitores que pensam em Lula é dizer que é um voto “manipulado” por mistificações de vários tipos, da comunicação e do marketing, mas, especialmente, do Bolsa-Família, o “mensalinho” dos muito pobres, como se chegou a dizer.

Essa tese não se sustenta em nada de sólido. As evidências de que o Bolsa-Família “explica” o voto em Lula nas famílias beneficiárias, ao contrário, são muito frágeis. Para sustentar o argumento, seria necessário mostrar, por exemplo, que eleitores de famílias análogas, mas onde não há beneficiários, votam de maneira significativamente diferente, coisa que, até agora, não foi demonstrada com adequado rigor.

Se, no plano individual, a prova é, no mínimo, inconclusiva, no plano coletivo é menos ainda. Se fosse verdade que o programa tem esse tipo de impacto, seria razoável esperar que, em cidades onde a cobertura é maior, a propensão a votar em Lula aumentasse, seja por haver mais beneficiários diretos, seja por haver ganhos indiretos (no comércio, especialmente) que seus habitantes creditassem a ele.

Com base em pesquisas como as que fazemos, nós e os demais institutos, não se pode dizer isso, nem de longe. O que temos, quando classificamos os municípios incluídos em nossa amostra em categorias de cobertura, indo de “baixa”, “média”, “alta” a “muito alta”, é que todos os tipos de município tendem a votar de maneira semelhante. Ou seja, não há qualquer relação entre viver em municípios de “baixa” ou “muito alta” cobertura e votar ou não votar em Lula.

O Bolsa-Família é importante fator de voto em Lula, ainda que menos, para o eleitorado popular, que a política de salários e de preços que, em seu entender, o governo pratica e que é boa. Ambos são uma confirmação do que mais esperavam de Lula como presidente, por tudo o que ele tinha sido na vida: alguém que ia fazer diferença exatamente aí, nas condições de vida dos mais pobres. O Bolsa-Família é muito mais significativo como símbolo, do que como a “esmolinha” que muitos imaginam que é. O programa é a promessa cumprida, o compromisso básico que Lula honrou.

4ª - O voto em Lula é um voto “nordestino”

Das teses não substanciadas sobre o voto em Lula, a que mais facilmente se desmente é a que afirma que “Lula ganha por causa do Nordeste”, por isso se entendendo que sua vitória seria uma oposição entre o Brasil “moderno” e o “atrasado”. Na fantasia de alguns articulistas, trazendo riscos de chegar à “ruptura” entre os dois.

Uma simples observação da tabela abaixo mostra que essa idéia não se sustenta: Em outras palavras e ao contrário do que imaginam muitos: Lula parece ter condições de vencer as eleições no primeiro turno, com ou sem o voto do Nordeste. É fato que ele tem muitos votos na região, mas também é verdade que ele é votado, e muito, no que essas pessoas pensam ser o Brasil “moderno”.

5ª - O voto em Lula é um voto de “miseráveis”

A última de nossas teses equivocadas (que poderiam ser até mais, tantas são as concepções sem fundamento atualmente em curso) é outra em que nossa elite parece acreditar piamente: Lula vai ser eleito pelos “miseráveis” e contra a vontade do resto do País.

A base para esse equívoco é a apressada leitura de resultados de pesquisas, amplamente propagadas por parte da imprensa, que mostrariam que Lula perde “de muito” nas classes de renda mais alta, mas compensa esse “fracasso” com alta intenção de voto entre os muito pobres. Entre esses (e aí este se liga ao equívoco anterior), Lula vence, pois “comprou” seu voto com as migalhas que distribui.

Qualquer profissional de pesquisa sabe que tirar conclusões de subamostras muito limitadas não é admissível. Na maior parte das vezes, no entanto, é isso o que ocorre: em uma amostra nacional com 2 mil entrevistas (qualquer que seja o tamanho de eventuais expansões estaduais), entrevistados de famílias com mais de dez salários mínimos de renda, são cerca de cem, se não se fizer uma cota específica. Em um estrato desse tamanho, a margem de erro pode passar de 30%, tornando qualquer interpretação puro exercício de fantasia.

Para indicar quão frágil é o argumento, podemos ver na tabela abaixo o resultado das respostas sobre intenção de voto entre pessoas com esse nível de renda, em uma amostra cumulativa com cerca de mil entrevistados, ou seja, com tamanho adequado:

O que os dados mostram é que Lula e Alckmin estão muito próximos na intenção de voto desse tipo de eleitor, a rigor empatados, na margem de erro, nacionalmente. Não há, portanto, razão para dizer que o voto em Lula é “miserável”. Considerando apenas os segmentos com renda relativamente mais elevada, ele tem tantos votos quanto o candidato do PSDB.

PF abre investigação sobre empresário ligado a tucanos na compra de Dossiê

O delegado da Polícia Federal em Cuiabá (MT), Diógenes Curado Filho, abriu ontem (26) inquérito para investigar a participação do empresário Abel Pereira, ligado aos tucanos Barjas Negri e José Serra, na montagem e compra de dossiê que comprovariam a participação de políticos do PSDB e outros partidos no esquema de venda superfaturada de ambulâncias.

Abel Pereira foi citado no depoimento de Luiz Antônio Vedoin como um dos intermediadores na compra do dossiê. Segundo a Polícia Federal, Abel também foi citado nos depoimentos de Osvaldo Bargas, Expedito Veloso e Jorge Lorenzetti. Os três teriam dito que Abel esteve em Cuiabá na época da negociação do dossiê. O empresário ainda é acusado de ter sido beneficiado em licitações pelo ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB).

Fonte: Agencia Brasil

O "choque de gestão" de Geraldo Alckmin

O "choque de gestão" de Geraldo Alckmin em São Paulo deixou, só até setembro, um rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas do Estado. O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, confirma a informação. Há três meses, ele enviou ofício a todos os secretários proibindo novos investimentos e determinando "redobrada atenção do governo" e "rigorosa austeridade nos gastos públicos". Houve também "diminuição no ritmo de velocidade das obras", diz Fernando Braga, ex-assessor especial de Alckmin e hoje secretário de Planejamento. Só a suspensão de novos gastos não será suficiente para enquadrar as contas paulistas na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, setembro 25, 2006

Muito estranho...

Essa saiu no Globo Online:

"...Em entrevista na tarde de sexta-feira, o delegado Edmilson Pereira Bruno, da PF, insinuou a possibilidade de armação dos tucanos, visto que uma equipe da campanha de José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, estaria aguardando na sede da PF, antes mesmo de qualquer órgão de imprensa, a prisão de Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Momentos depois da prisão e antes mesmo da chegada da imprensa, já havia dois carros da produtora dos programas de TV do PSDB, atingido pela divulgação do dossiê. Na coletiva desta sexta, a equipe de filmagem também estava presente. O delegado Bruno, que conduziu as investigações e as prisões, disse não saber por que a equipe tucana já estava na sede da PF em São Paulo antes da chegada da imprensa. O delegado disse que, como não está mais no caso, não vai apurar se houve algum tipo de informação privilegiada. Em Brasília circula a hipótese de que o dossiê tenha sido um armação para atrair os petistas..."

Fonte: RS Urgente

sexta-feira, setembro 22, 2006

Pobreza cai e atinge o menor patamar de toda série histórica segundo FGV

De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o nível de pobreza teve uma queda significativa durante os três primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

A pesquisa, coordenada por Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, mostra que a pobreza caiu de um nível de 28,2% dos brasileiros em 2003 para 22,77% em 2005. Esse é o menor patamar desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1992.

A queda expressiva, segundo a FGV, deve-se ao crescimento do emprego e da renda, à elevação da concessão de benefícios sociais como o Bolsa-Família, ao aumento de gastos previdenciários e aos reajustes do salário mínimo.

com informações da Folha de São Paulo

segunda-feira, setembro 18, 2006

Desigualdade cai sem achatar a classe média

Renda subiu 5,74% entre os 10% mais ricos em 2005, após estagnação em 2004 e recuos anteriores. A desigualdade social vem diminuindo aos poucos nos últimos dez anos, mas em 2005, pela primeira vez no período, a classe média não teve sua renda achatada, como acontecia desde 1996. No ano passado, os 10% mais ricos aumentaram a renda média de R$ 3,429 mil (2004) para R$ 3,6 mil, segundo o IBGE. Cálculo da FGV para este jornal mostra que a renda per capita subiu 5,74% entre os 10% mais ricos em 2005, após ficar estagnada em 2004 e de recuar nos anos anteriores.

"O bolo cresceu com mais fermento para os mais pobres, mas os ricos também se beneficiaram desta vez", diz Marcelo Côrtes Neri, chefe do Centro de Estudos Sociais da FGV. A renda per capita dos 50% mais pobres subiu 8,56%, semelhante ao de 2004, de 8,34%. Os 10% mais ricos, por sua vez, viram a renda per capita crescer apenas 0,68%, após recuar 7,32% em 2003 e 0,68% em 2002.

Fonte: Gazeta Mercantil

Recordar é viver: a tradição da direita brasileira é golpista

Lula lidera as pesquisas. A eleição está resolvida? Recentes acontecimentos recomendam atenção para um velho hábito da direita brasileira: o golpismo. Ao longo do século XX, o país teve duas experiências de governos com pendores populares. Uma delas acabou com o suicídio do presidente. A outra foi abortada por um golpe militar. A terceira experimenta alguns fenômenos que se repetiram nas duas primeiras.

PORTO ALEGRE - De maus modos também se morre. Essa frase tem vários significados. Entre eles, várias expressões de maus modos. Entre elas, a falta de atenção sobre o que acontece ao nosso redor. Nos últimos dias, uma série de "acontecimentos" aumentaram a temperatura do ambiente político brasileiro. As aspas que cercam os acontecimentos pretendem justamente chamar a atenção para o que pode estar, de fato, acontecendo. Uma mínima dose de razão prudencial recomenda uma certa dose de suspeita em relação à idéia de coincidência. A temperatura política aumentou desde a última sexta com as notícias do suposto envolvimento da gestão de José Serra no Ministério da Saúde, durante o governo FHC, com o esquema das sanguessugas e suas formidáveis ambulâncias super-faturadas. O "acontecimento" aí, rapidamente, sofreu uma transmutação: tornou-se uma "investigação sobre o suposto envolvimento de petistas em uma armação contra José Serra".

A realidade dos "acontecimentos" tem uma dimensão seletiva na mídia. Alguns "acontecimentos" são mais "acontecimentos" do que outros. E merecem qualificação diferenciada: as denúncias contra Serra rapidamente são descritas sob o guarda-chuva da "armação". Um desses "acontecimentos" merece atenção menor. O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse sexta que os escândalos de corrupção investigados pela CGU começaram em governos anteriores. E acrescentou que as denúncias envolvendo ministros de governos passados, como José Serra, devem receber o mesmo tratamento das denúncias que envolvem integrantes e ex-integrantes do governo Lula, como o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa. Esse "acontecimento" teve um destaque muito menor na mídia. No final de semana, as manchetes falavam das investigações da PF para apurar o envolvimento de petistas em uma "armação" contra Serra.

"Quadro de horror e opressão"

No final da tarde de domingo, somos informados de mais um "acontecimento". Três ministros do TSE tiveram seus telefones grampeados. Entre eles, o presidente do Tribunal, ministro Marco Aurélio Mello. Uma nota do TSE anuncia a convocação de uma coletiva para a manhã de segunda-feira. Antes do anúncio de qualquer investigação sobre o caso, o ministro já antecipa algumas opiniões na imprensa. "Se partiu de um particular, político ou do crime organizado, é condenável. Mas se partiu do Estado mostra que quadro de horror e opressão estamos vivendo. Um ministro do Supremo ser bisbilhotado é uma coisa inimaginável", declarou Marco Aurélio Mello à Agência Globo. A declaração do ministro mal consegue disfarçar sua visão sobre a conjuntura atual: estaríamos vivendo um quadro de horror e opressão. A caracterização do presidente do TSE não é exatamente nova.

Na semana passada, Marco Aurélio Mello declarou que a reeleição é péssima para a democracia. Se, por um lado, o instituto da reeleição é um problema sério que deve ser discutido, por outro, a declaração, no contexto da campanha eleitoral, significa que o presidente do TSE recomenda à população que não vote nos candidatos que disputam a reeleição, entre eles o presidente. Não custa lembrar: não é atribuição do presidente do TSE dizer à população em quem deve ou não votar. Tampouco é atribuição de um magistrado antecipar opiniões sobre uma investigação que ainda será iniciada. A pressa em indicar possíveis culpados indica uma ansiedade singular. Uma ansiedade em tornar um "acontecimento" o "quadro de horror e opressão que estamos vivendo". E qual é exatamente esse "quadro de horror e de opressão"? Do ponto de vista político, é o quadro de um cenário eleitoral que aponta para a reeleição do atual presidente do país.

Repetição e memória

Não é a primeira vez que esse quadro ocorre. E, em se tratando de repetições, a memória costuma ser uma boa conselheira. No dia 27 de setembro de 1998 a Folha de São Paulo publicou uma entrevista realizada com o então Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ilmar Galvão, onde este expressou publicamente seu apoio a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso. O presidente do TSE afirmou: "Se eu fosse Congressista, nunca aprovaria a reeleição para Governador e Prefeito. Quando muito, para Presidente da República, em uma conjuntura como a atual, em que a permanência do Presidente da República é um fato indispensável para a manutenção e para consolidação do modelo econômico que foi implantado no Brasil." A entrevista não ganhou grande repercussão nos noticiários televisivos. A oposição exigiu que o ministro se retratasse publicamente, mas Galvão não se abalou com o episódio, limitando-se a dizer que havia sido mal interpretado pela imprensa.

Na época, a comissão de Defesa da Ética na Política da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota oficial lamentando o ocorrido e manifestando temor pelo bom andamento das eleições. A comissão concluiu que cabia ao ministro Ilmar Galvão avaliar se o episódio havia abalado a necessária imparcialidade de sua atuação na condução das eleições. O caso foi de extrema gravidade, pois mostrou um Ministro do TSE, presidente da última instância judiciária eleitoral, declarando sua preferência eleitoral sem qualquer constrangimento. Não houve nenhum escarcéu na mídia, muito pelo contrário. Reinou o silêncio. O máximo que se viu foi um pedido de exame de consciência por parte da OAB. Nunca é demais lembrar: o papel da justiça eleitoral é trabalhar para garantir a licitude do pleito de forma imparcial e obedecendo a legalidade vigente. Esse princípio básico foi desrespeitado de forma escancarada. E ficou tudo por isso mesmo.

A geografia seletiva do mar de lama

Ficou tudo por isso mesmo. Essa é uma expressão familiar à história política do Brasil. Ao longo do século XX, o país teve duas experiências de governos com pendores populares, com todos os seus limites e contradições. Um deles acabou com o suicídio do presidente da República. O outro foi abortado por um golpe militar. A terceira dessas experiências, que estamos vivenciando agora, curiosamente experimenta alguns fenômenos que se repetiram nas duas primeiras. O "mar de lama" parece só vir à tona no país quando um governo com algum grau de comprometimento popular chega ao poder. Isso aconteceu também em escala regional. A mais importante experiência de um governo estadual de esquerda no país, o governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, foi atravessada por denúncias de corrupção e de envolvimento com "a máfia internacional da jogatina". Este governo enfrentou uma CPI da Segurança Pública, tão pródiga em denúncias quanto em falta de provas, o que resultou no arquivamento das primeiras pelo Ministério Público.

O quadro então é este. Qualquer governo que tenha um cheiro de esquerda, por mais tênue que seja, é logo acusado de estar patrocinando um "mar de lama". Os outros governos, com cheiro, gosto e cor de direita, seriam expressões de moralidade pública. Considerando o tempo histórico que uns e outros governaram esse país, chega-se à conclusão que os problemas do Brasil devem-se aos poucos anos que governos com algum pendor popular estiveram no poder. Neste domingo, o presidente nacional do PFL, o senador banqueiro Jorge Bornhausen (PFL/SC), defendeu a cassação do registro da candidatura do PT. Bornhausen que, recentemente, expressou o modesto desejo de "se ver livre desta raça por 30 anos", afirmou: "Como sempre, o PT vive no submundo do crime, da falcatrua, da chantagem e do uso do dinheiro público". Outro grande líder democrata do país, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA), chamou o presidente Lula de "rato". Seu currículo de serviçal da ditadura militar e suas recentes declarações defendendo uma nova intervenção dos militares na vida política do país (clique AQUI para ver), devem ser vistos, talvez, como acidentes de percurso.

Mas o que a história do país mostra é que não há acidentes de percurso. Mostra que deve-se desconfiar daquilo que se apresenta como coincidência. Mostra que deve-se levar a sério esses últimos acontecimentos, com ou sem aspas, como uma boa maneira de dar conseqüência ao que está se passando ao nosso redor. A mescla de silêncio e seletividade midiática é um sinal de alerta mais do que suficiente. De maus modos também se morre. A falta de memória e a desatenção estão nessa tenebrosa lista, em que o golpismo se imiscui, para dizer quem pode e quem não pode, governar, e quem pode e quem não pode, ter direitos. Ao longo da história, a imprensa brasileira não sobrevoou esses "acontecimentos" como um anjo que olha, compassivo, os acontecimentos terrenos. Pelo contrário, sempre foi um protagonista ativo, com lado definido. O fato de silenciar sobre o engajamento escandaloso de um presidente do TSE em um processo eleitoral, como ocorreu durante o governo FHC, não é acidental. A única coisa acidental que pode haver aqui é a falta de atenção.

O fim da era da pedra no lago

Não custa lembrar então um fenômeno novo nesta relação da mídia com a sociedade. Um fenômeno apontado pelo jornalista Franklin Martins em recente entrevista à revista Caros Amigos. Segundo ele, estamos vivendo um fenômeno novo importantíssimo na vida política brasileira do qual as pessoas ainda não se deram conta: o fim da era da pedra no lago. Ele explica: "Nós tínhamos um padrão de comportamento que vem desde o final da luta contra a ditadura. Produzia-se um fenômeno político, a classe média formava uma opinião a respeito e essa opinião se estendia para a periferia. Como a pedra no lago: caiu a pedra na classe média, formando ondas concêntricas para os lados. A classe média era a dos chamados formadores de opinião, você os conquistava, tinha resolvido a parada. Ao que assistimos nessa crise do mensalão? A classe média formou a convicção de que o governo estava tomado por uma quadrilha, por uma bandidagem, etc. – não estou discutindo se isso é verdade ou não -, ela formou essa convicção, bateu a pedra no lago..."

"...as ondas começaram, daqui a pouco...bateu em algum lugar, tinha um dique, e as ondas começaram a voltar. Bateu onde? Bateu na classe C. É o pessoal que ganha de dois a cinco salários mínimos que olhou e disse: "Espera um instantinho, não é bem assim, eu penso um pouco diferente. Tem roubalheira? Tem. Roubou o governo? Roubou. O Lula é algum santo? Não. O Lula sabia? Acho até que sabia, mas é o seguinte: sempre foi assim e a minha vida está melhor hoje em dia, quero discutir isso também. O BNDES anunciou um plano para financiamento de 300.000 computadores até o valor unitário de 1.400 reais. Pra onde eles vão? Para a classe C. Seis milhões de pessoas foram incorporadas à classe C segundo as estatísticas, foi manchete de todos os jornais. Quer dizer, 10% do mercado brasileiro. Agora que estou melhorando de vida, vocês querem derrubar esse governo?"

Essa é a idéia. E é exatamente por isso que as próximas semanas devem ser pesadíssimas. Os advogados do PSDB apresentam nesta segunda, em Brasília, uma representação ao TSE contra o que consideram "interferência do governo no processo eleitoral". A ação será movida contra o presidente Lula, contra o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e contra o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini. Para o PSDB, "há fatos suficientes para a cassação do registro da candidatura de Lula". Com o seu candidato estagnado nas pesquisas, tucanos e pefelistas devem partir para a radicalização nos próximos dias, tentando atingir a candidatura Lula. O objetivo não é necessariamente impedir a vitória de Lula, mas sim inviabilizar um segundo governo. A julgar pelo tiroteio verbal deste fim de semana e pelo surgimento de novas denúncias, acusações e "acontecimentos", os últimos dias da campanha eleitoral serão de tripa na calçada. Se alguém achava que a campanha seria marcada pela "apatia" pode se preparar para fortes emoções. Vai engrossar.

As elites brasileiras não toleram sequer um governo do PT que mistura um Bolsa Família com lucros inéditos aos bancos. As elites brasileiras não toleram não estar no poder. Não toleram a mínima possibilidade de perder espaço de poder. Por isso, nada está resolvido. Nada está ganho. Não há nenhuma vitória garantida. Atenção redobrada é o melhor antídoto contra os maus modos que continuam a nos espreitar.

quinta-feira, setembro 14, 2006

BOMBA: Vedoin diz que pagou propina a Serra no esquema das Sanguessugas

Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e chefe da Máfia dos Sanguessugas, deu entrevista que ocupará sete páginas da próxima edição da revista ISTOÉ. Ele disse que pagou propina a José Serra, na época ministro da Saúde, e a Barjas Negri, secretário-executivo do ministério, para que liberassem grana destinada à compra superfaturada de ambulâncias.

A grana era repassada para os dois pelo empresário do ramo da construção civil Abel Pereira, de Piracicaba, São Paulo. Vedoin apresentou cópias de 15 cheques que diz ter passado para Pereira. E citou o nome de duas empresas nas contas das quais depositou dinheiro a pedido de Pereira:

* Kanguru, uma factoring de São Paulo;
* e Datamicro, empresa da área de informática de Governador Valadares, Minas Gerais.

Fonte: Blog do Noblat

quarta-feira, setembro 06, 2006

Datafolha: tudo igual na corrida presidencial

A boataria correu solta ontem em Brasília. Durante a tarde, o que mais se ouvia no Congresso era o rumor de que novas pesquisas estavam apontando significativo crescimento da candidatura de Geraldo Alckmin. A tática do “bate, doutor” estaria dando seus primeiros frutos. “São pesquisas internas”, deixava escapar um cacique tucano. “Parece que o Datafolha que sai hoje vem com novidades”, complementava um líder pefelista. Quando caiu a noite sobre Brasília, o climão de ansiedade e torcida na cúpula da oposição era tamanho que já havia contagiado áreas próximas, inclusive as dos jornalistas que se deixam contagiar.

Pouco antes das oito e meia, o Jornal Nacional anunciou os números do Datafolha. Foi uma ducha de água fria. A nova pesquisa pode ser resumida com a seguinte frase: tudo igual na corrida presidencial. Lula subiu um ponto (foi de 50% para 51% das intenções de voto), Alckmin permaneceu exatamente onde estava (27%) e Heloísa Helena seguiu na maré vazante (está com 9%, contra 10% de uma semana atrás). Não houve novidades, a não ser que alguém considere novidade o fato da desconhecida Ana-Maria-qualquer-coisa ter superado Eymael e Bivar e alcançado Cristovam, com 1%. Na simulação de um hipotético segundo turno – desnecessária, porque Lula continua vencendo com folga na primeira rodada –, Lula seguiria derrotando Alckmin pelo mesmo placar de uma semana atrás: 55% a 37%.

Mergulhando um pouco mais nos números da pesquisa, porém, dois dados marginais trazem informações interessantes. Primeiro, a percentagem dos que acham o governo Lula ótimo ou bom permaneceu inalterada (48%), mas a dos que o consideram ruim ou péssimo subiu ligeiramente, de 16% para 18%. Segundo, o índice de votos espontâneos em Lula subiu de 38% para 41, o maior já registrado por uma pesquisa do Datafolha (Fernando Henrique, o recordista anterior, no seu melhor momento, às vésperas da reeleição em 1998, havia atingido a marca de 39%).

O primeiro dado parece confirmar aquilo que pesquisas internas da campanha de Lula já haviam captado: os ataques da propaganda de Alckmin contra o candidato do PT não alteraram o ânimo das pessoas dispostas a votar no presidente. Serviram tão-somente para consolidar a parcela dos eleitores anti-Lula que já está com Alckmin. Ou seja, a tática do “bate,doutor” não toma votos de Lula, apenas aumenta a bronca da torcida de Alckmin, o que não é de grande valia a essa altura do campeonato.

O segundo dado deixa claro que o eleitorado de Lula está cada vez mais consolidado, apesar da retomada dos ataques no campo ético. Os especialistas consideram que o voto espontâneo – aquele que está na ponta da língua do eleitor, que dispensa a cartela para dizer quem é seu candidato – é um voto que dificilmente muda. Conclusão: Lula está num patamar muito alto de intenções de votos e dificilmente perderá, nas próximas semanas, uma parcela significativa de seus eleitores.

Assim, estamos nos encaminhando para uma decisão no primeiro turno, a menos que aconteça um fato inesperado e espetacular – “uma bomba atômica”, na imagem de Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi.

O fato é que entra semana e sai semana e o quadro continua o mesmo. O que é ótimo para Lula e péssimo para Alckmin.

Reproduzido do site do Franklin Martins

segunda-feira, setembro 04, 2006

A volta dos lacerdistas

Eles sempre existiram, mas seguramente todas essas crises serviram para colocá-los novamente em evidência. Os indignados. Os éticos. Os desencantados com a política. Mês passado, após o encontro de Lula com intelectuais e artistas no Rio, um batalhão de repórteres atacaram os participantes da reunião com perguntas tipicamente lacerdistas.

- E aí Wagner Tiso, e a ética?
- E a ética, fala? Responde!
- Você continua apoiando um partido que cometeu tantos deslizes éticos?

A vontade que dá é responder algo como: quero mais é que a ética vá pra puta que pariu! Ou então essa: por que não pegam essa ética e enfiam naquele lugar?

Bem, o fato é que o lacerdismo voltou. O lacerdismo é o interesse sujo político travestido de indignação moral, associado à manipulação dos ingênuos de sempre, notadamente da classe média. Aliás, o termo lacerdismo é uma pérola, um verdadeiro tesouro literário. Essa palavra tem que ser melhor explicada no dicionário.

Leia a matéria completa.

Se o Diogo Mainard está falando mal então deve ser bom....

iG repele ataques de colunista de Veja

Por Caio Túlio Costa


Em carta encaminhada ao diretor de redação da revista Veja, jornalista Eurípedes Alcântara, o diretor-presidente da Brasil Telecom Internet, jornalista Caio Túlio Costa, demonstra como são meramente retóricas as críticas que o colunista Diogo Mainard faz ao portal. Eis o texto:

Em respeito aos leitores de Veja, peço publicar o seguinte:

A Editora Abril é parceira do iG. A Editora Abril publica Veja. Veja emprega o colunista Diogo Mainardi. Veja está no iG. A coluna de Mainardi pode ser lida no iG. A se acreditar em Diogo Mainardi, então, ele próprio é petista. Quem sabe, tenha sido contratado pelo PT para falar mal do próprio Lula num diabólico papel de bobo da corte.

Mainard assaca contra o iG no seu espaço da Veja com data de capa de 6 de setembro. Comete injúrias, calúnias, difamações. Nada diferente do que tem feito para aparecer. Não há como deixá-lo sem resposta, em respeito aos leitores de Veja.

Sim, os jornalistas Paulo Henrique Amorim, Franklin Martins e Mino Carta estão no portal. Estão sim. Porque são bons, têm história, são sérios, independentes. Têm a mesma independência que Mainard tem na Veja. A diferença é que são responsáveis. Não ganham pelos seus contratos com o iG o tanto que Mainardi inventa que ganham, apesar de merecerem ganhar mais. José Dirceu também tem blog no iG. Tem sim, como centenas de outras pessoas têm blog na internet e nenhuma delas é remunerada, nem José Dirceu.

O iG é ecumênico. Não é uma rua de mão única nem faz patrulha ideológica, como faz Mainardi. Publica as revistas da Abril, notícias da Agência Estado, da Reuters, publica artigos dos amigos de Diogo Mainardi que escrevem no site No Mínimo, traduz jornais como The New York Times, reproduz o noticiário da BBC, contém colunas e sites de inúmeros colaboradores de diversos matizes, como todo usuário do iG conhece.

O iG é plural. Vai ampliar ainda mais seu conteúdo. Vai seguir em frente em respeito aos internautas que o usam e também ajudam a construir o seu conteúdo. Diogo Mainardi é bobinho. Não há como levá-lo a sério.

sábado, setembro 02, 2006

Lula lança Plano de Governo

Desenvolvimento, distribuição de renda e educação de qualidade são os três pilares do Plano de Governo para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento traz propostas para todas as áreas de atuação do governo federal e reforça o compromisso de Lula com o crescimento sustentável, a diminuição das desigualdades e a inserção soberana do Brasil na geopolítica mundial.

Clique aqui para acessar o arquivo
(PDF - 1.139 KB)





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Cuidado com a Veja

Não bastasse a linha editorial extremamente conservadora e preconceituosa, a mais nova aquisição da pior e mais lida revista do Brasil é Reinaldo Azevedo, ex-editor da extinta e ultra-direitista revista Primeira Leitura. Haja estomago...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Acompanhamento da cobertura das Eleições pela grande mídia

O site Observatório Brasileiro de Mídia está fazendodesde 6 de julho, início oficial do período eleitoral, um acompanhamento da cobertura das eleições presidenciais dos principais jornais e revistas semanais do país sobre as quatro candidaturas melhor colocadas nas pesquisas de intenção de voto: Lula, Geraldo Alckmin, Heloísa Helena e Cristovam Buarque.

A metodologia se baseia na leitura e análise de todas as reportagens, entrevistas, artigos, colunas, editoriais e cartas de leitores referentes ao tema, quantificação e qualificação, totalização dos dados e produção de gráficos. Também é feito um acompanhamento do espaço de matérias dedicado por veículo a cada candidato.

As publicações consideradas na pesquisa são:

Jornais: Folha de São Paulo, O Globo, Estado de São Paulo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense.

Revistas: Veja, Época, IstoÉ e Carta Capital.

A seguir são apresentados os gráficos com os resultados (clique nas imagens para amplia-las):