Construtoras do empresário Abel Pereira estão entre as maiores devedoras da Prefeitura de Piracicaba (SP) e respondem a processos de execução fiscal movidos pela Procuradoria do município. Mesmo assim, venceram licitações para executar obras na gestão do prefeito Barjas Negri (PSDB).
A Polícia Federal e a CPI dos Sanguessugas investigam a ligação entre Abel e Barjas, ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A família Vedoin (dona da Planam) diz que pagou propinas a Abel para obter liberação de recursos do Ministério da Saúde durante a gestão Barjas -que era secretário-executivo de José Serra (PSDB) e o sucedeu no cargo em 2002.
A Prefeitura de Piracicaba move 35 processos por execução fiscal contra Abel, além de seis contra a Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda. e um contra a Cicat Construção Civil e Pavimentadora Ltda., empresas das quais Abel é dono.
A Cicat aparece três vezes na lista da Câmara Municipal de Piracicaba com as maiores devedoras da prefeitura. As empresas que têm o nome Cicat devem um total de R$ 672,1 mil.
A Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda. é a 108ª maior devedora, com uma dívida de R$ 395,8 mil. Já a Cicat Construções Civis e Pavimentação Ltda. aparece na 312ª colocação com R$ 138,1 mil devidos.
Em uma outra lista da Câmara, na qual estão as 122 maiores devedoras -mas com dívidas parceladas-, aparece novamente a Cicat Construções Civis e Pavimentação Ltda., com R$ 138,2 mil a serem pagos.
No entanto, a Construtora Cicat ganhou uma licitação para executar uma obra neste ano orçada em R$ 450 mil. Quatro empresas da família de Abel doaram R$ 60 mil para a campanha de Barjas em 2004, entre elas, as duas Cicat.
A Concivi, que pertence a um irmão e a um primo de Abel, também é processada pela prefeitura por causa de dívidas, mas já ganhou ao menos 35 licitações entre 2005 e 2006.
O advogado de Abel, Sérgio Pannunzio, disse que as empresas conseguem participar e vencer as licitações porque os processos de execução fiscal contra elas estão sub judice, por causa de recursos, e com isso obtêm certidões favoráveis. Barjas não se pronunciou.
FONTE: Folha de São Paulo
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