Pouco antes das oito e meia, o Jornal Nacional anunciou os números do Datafolha. Foi uma ducha de água fria. A nova pesquisa pode ser resumida com a seguinte frase: tudo igual na corrida presidencial. Lula subiu um ponto (foi de 50% para 51% das intenções de voto), Alckmin permaneceu exatamente onde estava (27%) e Heloísa Helena seguiu na maré vazante (está com 9%, contra 10% de uma semana atrás). Não houve novidades, a não ser que alguém considere novidade o fato da desconhecida Ana-Maria-qualquer-coisa ter superado Eymael e Bivar e alcançado Cristovam, com 1%. Na simulação de um hipotético segundo turno – desnecessária, porque Lula continua vencendo com folga na primeira rodada –, Lula seguiria derrotando Alckmin pelo mesmo placar de uma semana atrás: 55% a 37%.

O primeiro dado parece confirmar aquilo que pesquisas internas da campanha de Lula já haviam captado: os ataques da propaganda de Alckmin contra o candidato do PT não alteraram o ânimo das pessoas dispostas a votar no presidente. Serviram tão-somente para consolidar a parcela dos eleitores anti-Lula que já está com Alckmin. Ou seja, a tática do “bate,doutor” não toma votos de Lula, apenas aumenta a bronca da torcida de Alckmin, o que não é de grande valia a essa altura do campeonato.
O segundo dado deixa claro que o eleitorado de Lula está cada vez mais consolidado, apesar da retomada dos ataques no campo ético. Os especialistas consideram que o voto espontâneo – aquele que está na ponta da língua do eleitor, que dispensa a cartela para dizer quem é seu candidato – é um voto que dificilmente muda. Conclusão: Lula está num patamar muito alto de intenções de votos e dificilmente perderá, nas próximas semanas, uma parcela significativa de seus eleitores.
Assim, estamos nos encaminhando para uma decisão no primeiro turno, a menos que aconteça um fato inesperado e espetacular – “uma bomba atômica”, na imagem de Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi.
O fato é que entra semana e sai semana e o quadro continua o mesmo. O que é ótimo para Lula e péssimo para Alckmin.
Reproduzido do site do Franklin Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário