FHC engavetou escândalos de R$ 40 bi
O governo passado foi pródigo na tarefa de obstruir a instalação de CPIs. Os escândalos engavetados pelo governo FHC envolviam o primeiro escalão da administração tucana, não foram motivo de qualquer esforço investigatório e diziam respeito a operações financeiras da ordem de R$ 40 bilhões. Confira alguns deles:
- Sivam: Em 1995, denúncias de corrupção e tráfico de influência no contrato de criação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), US$ 1,4 bilhão, derrubaram um ministro de Estado e dois assessores presidenciais. A CPI sobre o caso só teve início em 2001, mas foi esvaziada pelos aliados de FHC.
- Proer: Em agosto de 1995, o Banco Central interveio nos bancos Econômico da Bahia, Mercantil de Pernambuco e Comercial de São Paulo. Por intermédio do Proer, o Econômico foi beneficiado com R$ 9,6 bilhões. Uma CPI para investigar o caso só foi instalada em 2001. O relator tucano Alberto Goldman (PSDB-SP) concluiu que o “socorro” aos bancos quebrados era inevitável.
- Compra de votos: Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre, teriam recebido R$ 200 mil para votar a favor da reeleição de FHC, em 1997. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Um pedido de CPI foi apresentado em maio daquele ano, mas nunca foi aprovado.
- Desvalorização do real: Durante a desvalorização do real, ocorrida entre janeiro e fevereiro de 1999, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto era de que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. A proposta de CPI para investigar o caso foi arquivada.
- Grampos no BNDES: Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) flagraram conversas entre Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES. Eles articulavam favorecimento ao consórcio do banco Opportunity. O valor estimado do “benefício” foi de R$ 24 bilhões. Por pressão do governo, o pedido de CPI morreu no nascedouro.
- Caso Eduardo Jorge: O secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas, foi alvo de denúncias sobre suposto esquema de liberação de verbas no valor de R$ 169 milhões para o TRT, entre outras acusações. A Corregedoria-Geral da União arquivou todos os processos. Uma operação-abafa sepultou a possibilidade de criação de CPI para o caso.
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