terça-feira, abril 25, 2006

Corrupção Tucana

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Esta semana, durante um dos nossos pronunciamentos na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, recorremos aos preceitos republicanos para reafirmar os seus valores, numa referência direta ao caso das quatrocentas peças de roupa, ou duzentos conjuntos, doados à Sra. Maria Lúcia Ribeiro Alckmin, quando ainda exercia o cargo público de presidente do Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado de São Paulo, pelo estilista Rogério Figueiredo; e o escândalo da destinação de verbas do banco estadual Nossa Caixa a veículos de comunicação. Analisemos o primeiro caso:

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Figueiredo admitiu que fez as doações à agora ex-primeira-dama e que, segundo ele, cada conjunto tinha valor que variava entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, e que tem provas para apresentar, caso seja necessário. Portanto, considerando-se uma média, de R$ 4 mil, a esposa do então governador recebeu presentes que somam R$ 800 mil.

A Sra. Lu Alckmin se defendeu, por meio de sua assessoria, alegando que as peças haviam sido doadas à Fraternidade Irmã Clara. Porém, a presidente da entidade assistencial, Elizabeth Teixeira afirmou à Folha de São Paulo, que não tinha conhecimento das doações, até que, dois dias após o escândalo vir a público, Elizabeth recebeu um telefonema de Lu Alckmin, informando que estaria doando dez vestidos de festa à entidade.

Quando Silvio Pereira (que não exercia cargo público) recebeu de presente uma Land Rover, com valor estimado à época em R$ 74 mil, o caso ganhou dimensão de escândalo. Ele foi expulso do PT e massacrado pela opinião pública. O ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu também foi o centro das atenções quando recebeu um relógio Rolex de presente, o qual foi devolvido porque, como ocupante de cargo público, não poderia recebê-lo. É preciso que seja assim, por que a oferta de presentes de valores expressivos (e não estamos falando de pequenos brindes), se configura como tentativa de suborno.


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Corrupção Tucana - Parte 2 => LEIA AQUI

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Durante as três horas em que prestou depoimento ao Ministério Público Estadual na última terça-feira (18), o estilista Rogério Figueiredo confirmou as doações de peças (não quantificou) de alta costura, feitas sob medida, à Sra. Maria Lúcia Alckmin, entre os anos de 2001 e 2003, quando presidia o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.

Ao deixar o prédio do Ministério Público em São Paulo, o advogado de Figueiredo, Vinícius Abrão, disse à imprensa que “as encomendas eram feitas pela própria Lu Alckmin ou pela assessoria dela”, e apresentou como prova, uma cópia de um fax assinado pela assessoria da ex-primeira-dama, com o - pasmem - brasão do Governo do Estado. “Meu cliente fez questão de ressaltar que as doações eram feitas para a Lu Alckmin e não para o Fundo Social de Solidariedade”, reafirmou o advogado.

Diante disto, o Ministério Público não descarta a possibilidade de convocar Lu Alckmin para prestar depoimento sobre o caso. Vale observar que este episódio explica a confusão que a família Alckmin sempre fez entre o público e o privado.

No primeiro trimestre de 2005, Sofia Alckmin, funcionária da Daslu, manteve encontros com o então Secretário de Fazenda do Estado, Eduardo Guardia, a fim de solicitar autorização da Fazenda, para a instalação de um sistema de vendas com caixa único (altamente vulnerável à sonegação) na majestosa loja onde também trabalhava Vera, cunhada de Geraldo Alckmin. O secretário, convocado para depor na Assembléia Legislativa, confirmou o que chamou de “visitas ilustres da filha do governador”.

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