quinta-feira, fevereiro 02, 2006

DIMASDUTO 2: Polícia Federal investiga lista de caixa 2 de Furnas

Políticos envolvidos nas denúncias de caixa 2 de FURNAS desqualificam a famigerada lista do DIMASDUTO, o pior foi o sempre "coerente" senador tucano Arthur Virgílio que afirma que não se pode acreditar em listas que não tenham políticos do PT: "Listas sem o PT não podem ser levadas a sério".

Ao contrário do senador tucano, o ex-deputado e ex-ídolo da oposição, Roberto Jefferson, acha normal que a lista não tenha políticos do PT, já que na época, Dimas foi mantido no cargo pelo PSDB:
"O Dimas estava lá colocado pelo PSDB. Ele não estava lá para ajudar o PT".

A verdade sobre o assunto só o tempo vai dizer, ou não...

A seguir reportagem do JB sobre o assunto:


BRASÍLIA - A Polícia Federal e a CPI dos Correios vão cobrar explicações sobre uma cópia de uma lista de caixa 2 da estatal Furnas Centrais Elétricas, na campanha de 2002, onde constam supostos repasses de dinheiro para mais de 150 candidatos. A PF quer ouvir os políticos incluídos na lista e a CPI vai convocar o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, que teria gerenciado o esquema. O primeiro a ser ouvido pela PF, o ex-deputado Roberto Jefferson, confirmou em depoimento, ontem, ter recebido os R$ 75 mil registrados em seu nome na lista de Furnas.

- É uma lista de caixa 2 - afirmou Jefferson, depois de bater o olho no documento.

A lista tem repasses de R$ 9,3 milhões para o então candidato ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O governador considerou o documento ''totalmente irresponsável'' e informou que vai tomar todas as medidas judiciais devidas. Ele comparou a lista ao dossiê Cayman, conjunto de papéis falsos que atribuíam uma conta bancária aos tucanos num paraíso fiscal.

- Vamos agir duro no sentido de coibir esse tipo de coisa. Não tem a menor procedência - reagiu Alckmin.

Entre os supostos beneficiários, constam repasses de R$ 7 milhões para o então candidato à Presidência, José Serra. O atual prefeito de São Paulo também comparou a lista ao falso dossiê, que envolvia seu nome como um dos supostos donos da conta. Serra foi mais irônico que Alckmin:

- Isso é mais falso que o dossiê Cayman - disse.

Uma das linhas de investigação da PF é ouvir os políticos. A outra é uma análise de todos os contratos de fornecedores de Furnas, que teriam contribuído com o caixa 2 para os políticos. Esta lista inclui as empresas DNA e SMP&B de Marcos Valério.

Ontem o presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), decidiu votar requerimento convocando o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, suposto autor da lista de beneficiários do esquema de caixa 2, junto com o requerimento para chamar novamente o publicitário Duda Mendonça. A assinatura de Dimas aparece na cópia da lista e, segundo a PF, é autêntica, mas há uma ''incongruência'' em um dos selos da autenticação do cartório.

Jefferson diz que Dimas Toledo foi pessoalmente ao seu escritório no Rio, para entregar os pacotes de dinheiro. Além da confirmação da contribuição na lista, outro fato reforça o caixa 2. Jefferson diz que na época em que o PTB, seu partido, tentou trocar a direção de Furnas, ele recebeu pressões dos políticos que constam na lista de beneficiários do esquema de Furnas.

- Mais de 50% daquela lista me ligou para não tirar o Dimas - disse.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, desqualificou a autenticidade da lista, pela ''inexistência do original'' do documento. Ao contrário de Jefferson, o líder do PSDB insiste que não é possível acreditar em listas que não incluam políticos do PT.

- Listas sem o PT não podem ser levadas a sério - disse Virgílio.

Jefferson acha normal não ter candidatos do PT na lista de beneficiários. Em 2002, afirma ele, Dimas Toledo foi mantido no cargo em função da aliança do PSDB de Fernando Henrique Cardoso com outros partidos. Para Jefferson, isso explica os repasses mais vultosos para PSDB, PFL, PTB e PP.

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