Reportagem da Folha de São Paulo denuncia saques milionários vinculados ao nome de Clésio Andrade, vice de Aécio Neves, na agência do Banco Rural no Brasília Shopping, a mesma em que vários parlamentares fizeram retiradas em espécie, no famoso esquema do valerioduto. Segundo o Banco Rural, o Idaq, entidade dirigida pelo vice-governador de Minas Gerais, sacou R$ 7,4 milhões, em dinheiro vivo, entre 2003 e 2004 da agência.
Forçado por lei, o Rural fez a comunicação dos saques ao Banco Central por dois motivos: "movimentação em espécie em negócios normalmente realizados por cheques ou outros" e "movimentação incompatível com o patrimônio ou atividade econômica". Em janeiro de 2004, os saques da conta do Idaq ultrapassaram R$ 4 milhões. Ocorreram 20 retiradas entre agosto de 2003 e julho de 2004.
Segundo o Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros do Banco Central, o faturamento médio mensal do Idaq no período dos saques era de R$ 663 mil, incompatível com as operações realizadas, que as vezes superavam, em um único saque, todo esse volume. Entre os dias 6 e 12 de janeiro de 2004, por exemplo, foram feitas quatro retiradas de mais de R$ 800 mil cada uma.
Clésio Andrade foi sócio do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, na agencia SMPB Comunicação, da qual afastou-se em 1998 para concorrer ao cargo de vice-governador de Minas Gerais, na chapa do então governador e ex-presidente nacional do PSDB Eduardo Azeredo, candidato à reeleição.
Investigações da CPI dos Correios já revelaram que Valério colaborou com pelo menos R$ 9 milhões no esquema de caixa dois para a campanha de Azeredo, por meio do tesoureiro tucano Cláudio Mourão. O publicitário tomava empréstimos no Banco Rural.
Há duas semanas, a CPI detectou o pagamento de R$ 1,4 milhão para as contas do Idaq entre 1997 e 1998. Clésio Andrade alegou que se tratava do pagamento pela venda de sua parte na sociedade com Valério.
A reportagem completa pode ser lida aqui.
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