quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Senador do PSDB é acusado de associação com o crime organizado

Nos últimos dias estão pipocando acusações contra os políticos ligados a oposição, a de hoje é realmente surpreendente, envolvendo esquemas de caixa 2 do PSDB com ligações com o CRIME ORGANIZADO. Pelo menos essa é a acusação gravíssima que o juiz federal Julier Sebastião da Silva fez ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).

Paes de Barros foi acusado de utilizar recursos de caixa dois em sua campanha eleitoral provenientes de pessoas ligadas ao crime organizado.


Segundo o Juiz, entre 1995 e 2003, o PSDB recebeu dinheiro do bicheiro José Arcanjo Ribeiro, conhecido como "comendador", e o usou para campanha de Antero ao governo do Estado, além de campanhas de deputados federais e estaduais. Durante esse período, segundo Julier, a Assembléia Legislativa depositou mais de R$ 80 milhões nas contas de empresas de Arcanjo.

Julier lembrou que o Banco Central identificou um deposito de R$ 2 milhões de empresas do bicheiro para a gráfica de João Dorielo Leal, que prestou serviços à campanha do PSDB em 2002. O juiz citou ainda o depoimento à Justiça do ex-contador de Arcanjo em que ele revelou um depósito R$ 5,7 milhões do bicheiro para a campanha de Antero.

A origem de todo esse processo se deu na época em que o senador tucano foi presidente da CPI do Banestado, relatada por José Mentor (PT-SP). A comissão foi encerrada no ano passado sem a aprovação do seu relatório final, devido às disputas políticas entre seus dirigentes. Mesmo assim, Mentor encaminhou à Justiça do Mato Grosso cópia do seu parecer, que passou a fazer parte do processo contra o comendador, conforme explicou Julier Sebastião da Silva.


O juiz do Mato Grosso explicou que, no início de 2005, o deputado José Mentor e a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) entregaram a ele o relatório de Mentor sobre a CPI do Banestado. Julier disse que mandou anexar o relatório aos autos do processo contra o comendador e, "dando seqüência jurídica à matéria, encaminhou-a para o Ministério Público Federal por citar senador da República, onde o processo permaneceu por quatro meses".

Segundo o depoimento do juiz, Mentor acusa Paes de Barros de ter obstruído os trabalhos de investigação da CPI do Banestado. No processo, ele é citado também como tendo recebido cerca de R$ 240 mil de Arcanjo para sua campanha eleitoral de 2002. A Polícia Federal encontrou 84 cheques num valor total de R$ 240 mil da Vip Factoring, empresa de Arcanjo, para o comitê de campanha do PSDB.

Mais informações podem ser encontradas aqui e aqui.

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